O polêmico congressista americano George Santos admitiu ser um “péssimo mentiroso” em programa de TV, depois de ser confrontado com um currículo que afirma ser verdadeiro. Na entrevista veiculada na segunda-feira, 20, Santos afirmou ter cometido alguns erros, mas que suas mentiras não tinham a intenção de “enganar o povo”.
Desde sua eleição em novembro, o deputado republicano, que é filho de brasileiros e viveu muitos anos no país, é alvo de uma série de polêmicas envolvendo mentiras que teria inventado durante sua campanha eleitoral. Segundo ele, elas eram para “ser aceito pelo partido localmente”.
Santos inicialmente foi elogiado e celebrado como o primeiro congressista abertamente gay a ganhar uma cadeira na Câmara dos Representantes pelo terceiro distrito de Nova York. Porém, semanas depois as mentiras começaram a vir à tona.
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O currículo de Santos começou a ser esmiuçado depois de uma matéria do jornal The New York Times que apontava inverdades sobre sua educação e experiência de trabalho. Entre as mentiras estavam os fatos de que Santos nunca trabalhou na empresa Goldman Sachs e não possuí propriedades, como costumava dizer.
O político também enfrenta acusações de fraude no Brasil, presidiu grandes gastos de campanha e até alegou ter produzido o musical do Homem-Aranha na Broadway. Santos também surpreendeu antigos amigos por apoiar pautas conservadoras depois de ser “drag queen” durante um período no Rio de Janeiro. Até mesmo um ex-namorado do congressista afirma que não conhecia todas as suas mentiras.
Santos afirmou que mentir sobre sua formação universitária foi um dos seus maiores arrependimentos. Segundo ele, as expectativas da sociedade o fizeram inventar no seu currículo. “Decidi que queria concorrer a um cargo, embora tivesse construído uma carreira empresarial muito credível, mas simplesmente não tinha essa parte da minha biografia”, afirmou.
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Quando questionado sobre as alegações de que sua mãe estaria na Torre Sul do World Trade Center durante o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, Santos assegurou que “isso é verdade”.
“Não vou debater a vida de minha mãe, como ela faleceu em [2016], e é bastante insensível tentar refazer o legado de minha mãe”, relatou. “Ela não era de me enganar. Continuo convencido de que essa é a verdade”.
Outras afirmações também foram reiteradas por Santos, que afirmou que nunca disse que era judeu, e segundo ele, essa era apenas uma piada usada em festas. O deputado também contou que não concorreria ao cargo novamente se soubesse de toda a pressão que seguiria após a descoberta das mentiras.
O político agora recebe apelos do partido para sua renúncia do cargo e é alvo de diversas investigações do Congresso, além de enfrentar uma alegação feita por um ex-assessor de má conduta sexual.