Enxame de drones russos invade Kiev, deixando ao menos quatro mortos
A operação para demonstrar força ocorre logo após Xi Jinping, o presidente da China, deixar a 'parceira estratégica' Moscou
Um enxame de drones da Rússia invadiu a Ucrânia na madrugada desta quarta-feira, 22, matando pelo menos quatro pessoas perto de Kiev. A demonstração de força do Kremlin segue uma visita de Estado do presidente da China, Xi Jinping, que deixou Moscou na véspera com promessas de amizade.
Sob o som de sirenes de alerta, militares ucranianos disseram ter derrubado 16 dos 21 drones “kamikaze” – que explodem mediante colisão – de fabricação iraniana, tanto na capital quanto em outras áreas do norte do país.
O ataque atingiu dois prédios residenciais e um centro educacional na cidade de Rzhyshchiv, ao sul da capital, que foram parcialmente destruídos, segundo o Serviço de Emergência do Estado. Pelo menos quatro pessoas foram mortas lá, enquanto outras seguem enterradas sob os escombros. Mais de 100 trabalhadores e 28 veículos foram mobilizados para buscar por sobreviventes.
Grandes ondas de ataques aéreos russos contra alvos distantes do front, como a desta quarta-feira, ocorreram quase semanalmente no final de 2022, mas se tornaram menos frequentes nas últimas semanas. Países ocidentais afirmam que Moscou está ficando sem mísseis e drones.
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Em aparente referência à visita do líder chinês à Rússia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse no Twitter: “Cada vez que alguém tenta ouvir a palavra ‘paz’ em Moscou, outra ordem é dada para tais ataques criminosos”.
Receber Xi nesta semana foi o maior gesto diplomático do presidente russo, Vladimir Putin, desde que o início da guerra, há mais de um ano. Os dois líderes, chamando-se de “queridos amigos”, fizeram promessas de cooperação econômica e afirmaram que a relação entre seus países está melhor do que nunca.
Um comunicado divulgado pela China afirmou que ambos “compartilham a visão de que esta relação foi muito além do âmbito bilateral e adquiriu importância crítica para o cenário global e para o futuro da humanidade”.
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“Agora há mudanças que não aconteciam há 100 anos. Quando estamos juntos, conduzimos essas mudanças”, disse Xi a Putin, ao deixar Moscou. Ao que o russo respondeu: “Concordo.”
Xi pouco se manifestou em público sobre a guerra na Ucrânia, além de dizer que a posição da China é “imparcial”. Pequim propôs um plano de paz no mês passado, que o Ocidente descartou como vago, na melhor das hipóteses. Na pior das hipóteses, seria uma manobra para ganhar tempo para Putin reagrupar suas forças.
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“Um cessar-fogo agora dá [a Putin] o tempo e o espaço de que precisa para tentar reequipar, remanejar, compensar o gasto de recursos”, disse o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby.
Putin elogiou o plano de Xi e repreendeu o Ocidente por rejeitá-lo. Kiev, por sua vez, acolheu a proposta chinesa com cautela. Zelensky convocou Xi para uma visita a Kiev, e continua sustentando que não pode haver paz a menos que a Rússia se retire completamente do país, inclusive dos territórios que diz ter anexado (equivalentes a um quinto da Ucrânia).