As instalações da Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (a Monusco), foram invadidas por centenas de manifestantes nesta segunda-feira, 25. O protesto teria sido motivado pela ineficácia das forças de paz em proteger a população congolesa de grupos armados que dominam a região.
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De acordo com informações da agência de notícias Reuters, manifestantes bloquearam estradas da cidade de Goma, no leste do país, saquearam computadores, móveis e objetos de valor de escritórios e incendiaram um portão do complexo da sede local das Nações Unidas.
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“Os incidentes em Goma não são apenas inaceitáveis, mas totalmente contraproducentes. A Monusco foi enviada pelo Conselho de Segurança para apoiar as autoridades na proteção de civis”, disse chefe interino da missão de paz interino, Khassim Diagne, em comunicado.
“Não é no caos e confusão ou divisão que progrediremos em direção à estabilização e à paz”, acrescentou a autoridade das Nações Unidas.
Os agentes da organização que estavam no local da invasão foram retirados em dois helicópteros. Suspeitos foram detidos após a intervenção das forças de segurança.
Segundo a Reuters, o protesto foi convocado por uma facção do partido governista União pela Democracia e o Progresso Social (UDPS, na sigla em francês), que estaria exigindo a retirada imediata das Nações Unidas após ter acusado a organização de ter falhado em levar a paz para a nação africana.
A Monusco, presente no Congo desde 1999, é considerada uma das missões mais importantes e caras da organização, com 14.100 soldados e um orçamento anual de um bilhão de dólares.
O porta-voz do presidente Felix Tshisekedi, Patric Muyaya informou que o governo está monitorando de perto a situação.
“O governo condena veementemente qualquer forma de ataque contra funcionários e instalações das Nações Unidas”, escreveu Muyaya no Twitter. “Os responsáveis serão processados e severamente punidos”, acrescentou.
As tensões são altas na região leste do país, onde os confrontos entre o exército do Congo e o grupo rebelde M23 provocaram a fuga de milhares de pessoas.
Um relatório da Human Rights Watch, organização internacional de direitos humanos publicado nesta segunda-feira, 25, apontou que o M23 havia matado sumariamente pelo menos 29 civis desde meados de junho em áreas sob seu controle.
Os ataques de militantes ligados ao Estado Islâmico também continuam na região, apesar dos esforços conjuntos dos exércitos congolês e ugandense para expulsar o grupo radical.