O governo da Espanha anunciou nesta quinta-feira que recorrerá no Tribunal Constitucional contra a decisão de que o independentista Carles Puigdemont seja candidato ao governo regional da Catalunha, uma vez que permanece na Bélgica foragido da Justiça espanhola.
O presidente do Parlamento da Catalunha, Roger Torrent, propôs no dia 22 de janeiro que Puigdemont seja o candidato, após as eleições regionais de 21 de dezembro do ano passado, ainda que a Câmara não tenha definido como o ex-líder regional tomaria posse do cargo.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, pediu hoje um relatório ao Conselho de Estado (máximo órgão consultivo), com o fim de impugnar a decisão de Torrent de indicar Puigdemont.
O premiê já havia afirmado anteriormente seu descontentamento com a questão. “Permitir que alguém tome posse, ou pretenda ser o presidente do governo catalão estando em Bruxelas é ilegal”, advertiu Rajoy na semana passada.
A declaração do primeiro-ministro é uma resposta à proposta da coalizão liderada por Puigdemont, a independentista Junts per Catalunya, que sugeriu que ele seja eleito pelo Parlamento catalão a distância, ou seja, por teleconferência.
O Executivo espanhol destituiu Puigdemont como presidente da Catalunha, junto com todo seu governo, no dia 27 de outubro do ano passado, por promover um processo independentista na região espanhola.
Agora, ele e todos os membros do seu gabinete são investigados por rebelião e outros delitos. Quatro deles permanecem também foragidos na Bélgica, dois cumprem prisão preventiva na Espanha e os demais estão em liberdade condicional.