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Espanha tenta frear referendo de independência da Catalunha

Líder separatista denunciou a suspensão da autonomia da Catalunha

Por Da redação
Atualizado em 20 set 2017, 12h42 - Publicado em 20 set 2017, 12h14

Milhares de catalães saíram às ruas de Barcelona nesta quarta-feira para protestar contra a prisão de 13 membros do governo da região, o qual pretende organizar um referendo de autodeterminação apesar da proibição da Justiça da Espanha.

Diante do prédio do Departamento de Relações Exteriores do governo da Catalunha, manifestantes cercaram e atacaram um veículo da Guarda Civil. “Fora, forças de ocupação”, gritaram algumas pessoas. De acordo com a Guarda Civil, foram realizadas 13 detenções e 22 operações de busca, com a intensificação das operações policiais ordenadas pela Justiça contra a organização da consulta popular, prevista para 1º de outubro.

Com suas ações, o Estado espanhol “suspendeu, de facto, a autonomia da Catalunha e impôs um estado de exceção”, denunciou o presidente do governo catalão, o separatista Carles Puigdemont, que voltou a convocar os catalães a votarem na consulta para “defender a democracia frente a um regime repressivo e intimidador”.

“O governo defende os direitos de todos os espanhóis e está cumprindo sua obrigação. O Estado de Direito funciona”, afirmou o primeiro-ministro do país, o conservador Mariano Rajoy, ao ser questionado sobre as operações durante uma sessão acalorada no Congresso em Madri.

“Tire suas mãos sujas das instituições catalãs”, afirmou, na sessão, o deputado do partido Esquerda Republicana da Catalunha Gabriel Rufián. Em seguida, os nove representantes dessa legenda e os oito do partido PDeCAT (conservador e separatista) abandonaram o plenário.

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O Executivo catalão confirmou que, entre os detidos, está Josep Maria Jove, braço direito do vice-presidente regional, Oriol Junqueras. Os motivos das detenções não foram explicados pela Guarda Civil, nem pelo Ministério do Interior. O Tribunal constitucional, no entanto, havia advertido várias autoridades contra a organização do referendo e que, ao fazê-lo, ficariam expostas às “consequências judiciais”.

Resistência pacífica

Depois de aprovar em 6 de setembro uma lei para organizar o referendo, cujo texto afirma que a consulta prevalece sobre todas as normas com as quais possa entrar em conflito, os separatistas ignoraram os alertas e prosseguiram os preparativos.

“Chegou o momento. Resistimos pacificamente. Saímos para defender nossas instituições com a não violência”, tuitou Jordi Sánchez, presidente de um dos principais movimentos separatistas da sociedade catalã, a Assembleia Nacional da Catalunha (ANC).

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“Estavam avisados”, disse Rajoy, antes de pedir o retorno da “normalidade”.

As operações policiais se intensificaram desde o fim de semana, com a apreensão de grande quantidade de material de campanha, como cartazes, cédulas de voto, ou peças de propaganda. Na terça-feira à noite, a Guarda Civil apreendeu mais de 45.000 notificações para convocar os membros das zonas eleitorais para o referendo. Em paralelo, o Ministério da Fazenda congelou as contas do Executivo catalão e reduziu drasticamente a autonomia financeira da região.

Os separatistas são maioria no Parlamento catalão desde 2015, mas, segundo pesquisas, a sociedade catalã está muito dividida sobre a independência dessa região de 7,5 milhões de habitantes.

Nas eleições regionais de 2015, os separatistas receberam 47,6% dos votos, e os defensores da continuidade na Espanha, 51,28%. Também de acordo com as pesquisas, 70% dos catalães são favoráveis a que se decida a questão por meio de um referendo legal.

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(com AFP)

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