O estado americano do Missouri, do governador republicano Mike Parson, abriu nesta terça-feira, 21, um processo contra os líderes chineses por sua conduta na gestão da pandemia da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
As chances de êxito do processo são pequenas, já que a lei americana, sob o princípio da imunidade soberana, geralmente proíbe ações legais contra governos estrangeiros. Para tentar contornar e levar adiante o processo, o Estado alegou que o Partido Comunista da China não é formalmente um órgão de Estado do país.
“O governo chinês mentiu para o mundo sobre o perigo e a natureza contagiosa da Covid-19, silenciou os denunciantes e fez pouco para impedir a propagação da doença”, afirmou o procurador-geral do Missouri, Eric Schmitt. “Eles (líderes) devem ser responsabilizados por suas ações”, declarou.
O Estado acusa a China de estocar equipamentos de proteção e de realizar ações prejudiciais no combate à pandemia, e afirma que o país agiu em “desrespeito deliberado, intencional e imprudente contra direitos do Estado e de seu povo”. O anúncio foi feito pelo procurador-geral do estado de Missouri e filiado ao Partido Republicano, Eric Schmitt, que busca a reeleição para o Senado estadual nas eleições de novembro deste ano.
O processo contra a China ocorre em meio a protestos de republicanos e apoiadores do presidente Donald Trump pela reabertura da economia do país, apesar do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos ter alertado sobre o risco de uma nova onda de contágio, muito pior do que a epidemia atual.
Em janeiro, quando o vírus ainda não tinha saído da Ásia, Trump havia elogiado a resposta da China contra a propagação da doença, mas seu discurso mudou e o presidente começou a atacar abertamente o governo chinês e a retaliar a Organização Mundial da Saúde (OMS) ao cortar o financiamento de 400 milhões de dólares. Por outro lado, Trump é criticado pelos Estados mais atingidos por sua resposta contra o vírus.
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Clique e AssineA pandemia de Covid-19 já atingiu mais de 780.000 pessoas no Estados Unidos, e matou, delas, cerca de 42.000. No mundo, o vírus já infectou 2.585.468 pessoas e matou 178.845.
(Com AFP)