Ao menos 36 mulheres e crianças foram sequestradas pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) durante o ataque da semana passada na província meridional síria de al-Sweida, anunciou nesta segunda-feira (30) o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
As mulheres e crianças da comunidade drusa, majoritária na província, foram sequestradas em ataques coordenados executados pelos extremistas no dia 25 de julho, que deixaram mais de 250 mortos, segundo o OSDH. Essa organização não-governamental e um site de notícias da região, Sueida 24, informaram que 20 mulheres e 16 crianças foram sequestradas.
“Quatro mulheres conseguiram fugir e outras duas morreram. Provavelmente, uma delas foi atingida por tiros e a outra morreu de cansaço”, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Trinta mulheres e crianças permanecem sequestradas.
Segundo o Sueida 24, as mulheres e crianças foram sequestradas em Chabké, no leste da província, onde o EI segue presente.
Amplamente controlada pelo regime de Bashar Assad, al-Sweida havia sido relativamente poupada até então do conflito na Síria. Os recentes ataques suicidas e ações contra localidades em al-Sweida representam a onda de atentados mais violenta do EI nesta região do sul da Síria desde o início do conflito no país em 2011.
O regime sírio, com o apoio da Rússia, luta desde 19 de julho contra os últimos grupos jihadistas presentes em Deraa, uma região vizinha a al-Sweida. O EI não anunciou o sequestro em seus meios de comunicação.
Negociações para a libertação
Negociações envolvendo clérigos religiosos da comunidade drusa, uma confissão derivada do islamismo xiita, estão em andamento para assegurar a libertação dos reféns, segundo fontes locais.
“O Estado Islâmico se comunica por telefone com as famílias das mulheres sequestradas, envia fotos e vídeos”, informou o jornalista Nur Radwan, que dirige o site Sweida 24.
Os jihadistas exigem a libertação pelo regime de presos, homens e mulheres, filiados ao grupo extremista, mas também o fim da ofensiva de Damasco contra um grupo ligado ao EI na província vizinha de Deraa, de acordo com Radwan.
O Sueida 24 publicou um vídeo em que uma mulher, apresentada como uma das reféns, apresenta as exigências dos jihadistas ao regime. Moradores de al-Sweida identificaram a vítima e confirmaram que ela estava entre os sequestrados.
No vilarejo de Chabké, “a maioria dos moradores são agricultores que têm apenas espingardas, então houve pouca resistência” durante o ataque de 25 de julho, segundo Radwan.
(Com AFP)