Estados Unidos anunciam restrições de visto para funcionários da Huawei
Medida foi tomada logo após a China ameaçar retaliação ao Reino Unido pela proibição da entrada da empresa chinesa no mercado 5G britânico
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciou nesta quarta-feira, 15, que restringirá a concessão de vistos a funcionários da Huawei e de outras empresas da China que forneçam “apoio material” a governos que “cometem violações aos direitos humanos”. A medida dos Estados Unidos foi anunciada horas após o Reino Unido ser alvo de ameaça da China devido a restrições comerciais à tecnologia 5G da empresa chinesa.
“O Departamento de Estado vai impor restrições de visto a alguns funcionários de empresas de tecnologia chinesas, como a Huawei, por darem apoio material a regimes que cometem violações aos direitos humanos em todo o mundo”, disse Pompeo.
Falando em específico sobre a Huawei, acusada pelos americanos de realizar espionagem para a China, o secretário de Estado chamou a empresa de “braço do estado de vigilância do Partido Comunista Chinês”.
Pompeo mencionou, dentre suas acusações à China de desrespeito aos direitos humanos, os campos de confinamento em massa na província de Xinjiang, onde, segundo os americanos, estão presos arbitrariamente até 2 milhões de uigures, minoria muçulmana da região.
Ele não detalhou quantas empresas serão submetidas à nova restrição nem quantos funcionários podem ser afetados. Além da restrição na concessão de vistos, Pompeo também revelou que na segunda-feira, 20, viajará ao Reino Unido e à Dinamarca, dois países que proibiram as operadoras de telecomunicações em seus territórios de utilizar a tecnologia 5G da Huawei.
“Tenho certeza que o Partido Comunista da China e sua ameaça aos povos livres do mundo será uma questão prioritária”, explicou o secretário de Estado sobre a viagem.
Pompeo se referiu ao Reino Unido como um país “limpo” em elogio à decisão do governo britânico desta terça-feira 14 de banir a tecnologia 5G da Huawei a partir de 2021 — medida pela qual os britânicos foram alvos de ameaça de retaliação “pública e dolorosa” vinda da China.
Os Estados Unidos proibem o uso da tecnologia 5G da Huawei desde maio de 2019, por meio de um decreto do presidente, Donald Trump, que permite o governo federal de impedir empresas americanas de comprarem equipamentos de telecomunicação considerados perigosos à segurança nacional. Um ano após a assinatura do decreto, Trump estendeu a medida restritiva para até maio de 2021.
Nenhuma empresa americana figura entre os principais players do mercado 5G mundial, sendo disputado principalmente pela Huawei e, também, pela sueca Ericsson, pela finlandesa Nokia e pela sul-coreana Samsung.
O Brasil também se envolveu na guerra pelo controle do mercado de 5G. A Huawei deixa claro seu interesse em participar da implantação da tecnologia no país. Porém, ao mesmo tempo em que tenta conservar os laços com a China – o maior parceiro comercial brasileiro – o governo de Jair Bolsonaro também força uma aproximação com os Estados Unidos.
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Clique e Assine(Com EFE e Reuters)