Estados Unidos condenam prisão de tio de Guaidó na Venezuela
Departamento de Estado americano acusou Maduro de 'fabricar provas para justificar prisões arbitrárias' e de conduzir 'práticas mafiosas'
Os Estados Unidos condenaram nesta segunda-feira, 17, a prisão pela Venezuela do tio do líder opositor Juan Guaidó. Juan José Márquez foi detido na última terça-feira 11, no Aeroporto Internacional de Maiquetía, que serve a capital Caracas, e o Departamento de Estado americano classificou as acusações contra ele como absurdas.
“Os Estados Unidos condenam com firmeza a prisão de Juan José Márquez e exigem a sua libertação imediata”, diz a nota do órgão federal.
Márquez foi preso após voltar com o sobrinho de uma turnê por vários países, entre eles os Estados Unidos, organizada para somar apoios contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. O líder da oposição foi recebido na Casa Branca pelo presidente americano, Donald Trump, e foi convidado de honra em seu discurso do Estado da União.
A prisão aconteceu quando Márquez e Guaidó aterrissaram em Caracas. Os dois pegaram um voo de Portugal para a Venezuela com a companhia aérea TAP.
“As acusações absurdas apresentadas exemplificam o desespero crescente de Maduro e seus sócios corruptos”, critica a nota americana. Segundo autoridades da Venezuela, Márquez voou de Portugal com material explosivo escondido. Autoridades portuguesas afirmaram que isto é impossível, mas ainda assim o país abriu uma investigação sobre o caso na sexta-feira 14.
O Departamento de Estado acusou ainda o regime chavista de “fabricar provas” e o presidente Nicolás Maduro de conduzir “práticas mafiosas”.
Em Caracas, Guaidó garantiu, neste sábado 15, que a prisão de seu tio materno é uma retaliação por voltar à Venezuela após a viagem internacional. O político, de 36 anos, havia deixado o país clandestinamente em 19 de janeiro, já que está proibido de sair da Venezuela por diversos motivos judiciais.
“Recebi a mensagem, e aqui está a resposta: seguimos em frente e com força. Não vamos nos mover nenhum centímetro de nossa posição”, disse o líder parlamentar.
Há mais de um ano, Guaidó se autoproclamou presidente interino, depois que Maduro assumiu um segundo mandato questionado após irregularidades nas eleições de 2018.
O sucessor de Hugo Chávez permanece no poder, apesar das sanções dos Estados Unidos, incluindo um embargo de fato ao petróleo bruto da Venezuela que é crucial para sua economia, em forte recessão desde 2013. Maduro conta com o apoio da China e Rússia.
(Com AFP)