Um tribunal iraniano condenou um estudante de doutorado da Universidade de Princeton a 10 anos de prisão sob acusação de espionagem, disse no domingo o porta-voz do Judiciário do Irã, Gholamhossein Mohseni Ejei, no mais recente caso envolvendo cidadãos com dupla nacionalidade presos por acusações relacionadas à segurança no país. Xiyue Wang, de 37 anos, foi acusado de “espionagem sob disfarce de pesquisa”. De acordo com o site oficial do Poder Judiciário iraniano, Wang nasceu na China mas naturalizou-se como cidadão dos Estados Unidos.
O estudante foi vigiado desde que chegou ao país e arquivou digitalmente 4,5 mil páginas de documentos, afirmou nesta segunda-feira a televisão estatal Press TV. “Essa pessoa, que estava recolhendo informações e era direcionada diretamente pelos Estados Unidos, foi condenada a dez anos de prisão, mas a sentença pode ser alvo de recurso”, disse Ejei.
O Departamento de Estado americano acusou o Irã de inventar acusações relacionadas à segurança nacional para prender cidadãos norte-americanos e outros estrangeiros. “Pedimos a libertação imediata de todos os cidadãos dos Estados Unidos detidos injustamente pelo Irã para que possam voltar para suas famílias”, disse uma autoridade do Departamento de Estado.
Wang estava associado ao centro iraniano Sharmin e Bijan Mossavar-Rahmani da Universidade de Princeton, que realiza estudos sobre o Golfo Pérsico, e foi detido em 8 de agosto de 2016, quando tentava deixar o Irã, “após ter demonstrado nervosismo com sua situação”. Nos últimos anos, o país deteve vários estrangeiros, também acusados de espionagem.
(com agências internacionais)