Protestos irromperam nesta sexta-feira em toda a Índia depois que um policial e um político foram apontados como suspeitos em dois casos não relacionados de estupro infantil, que agora estão sob investigação.
Um dos episódios divulgados pela polícia indiana é o estupro de uma menina de 8 anos que foi sequestrada, sedada e violada por um grupo em um templo hindu de Kathua, em Jammu e Caxemira, estado do norte indiano. Os criminosos a mantiveram enclausurada durante dias, depois a assassinaram e se desfizeram de seu corpo na mata, informaram as autoridades.
Quatro policiais foram presos até agora, acusados de tentar acobertar o crime, segundo o advogado que representa a família da vítima, Deepika Singh Rajawat.
Em outro caso, um homem que estava sob custódia da polícia morreu nesta semana depois de acusar um parlamentar do partido governista Bharatiya Janta de ter sequestrado e estuprado sua filha de 16 anos nove meses atrás.
A polícia não investigou as alegações contra Kuldeep Singh Sengar, membro da legislatura estadual. O Escritório Central de Investigação da Índia assumiu o caso na quinta-feira. Sengar negou participação, mas o caso ajudou a consolidar um movimento que pede justiça para as vítimas de estupro.
“Os dois casos abalaram a consciência da nação, os corações e as almas das pessoas”, disse Feroze Mithiborwala, organizador de um protesto em Mumbai, nesta sexta-feira.
Rahul Gandhi, presidente do Congresso, o maior partido oposicionista do país, liderou uma marcha com velas na noite de quinta-feira na capital, Nova Déli. Milhares de pessoas foram às redes sociais pedir justiça para as vítimas.
A violência sexual continua sendo um tabu na Índia. Os sobreviventes temem sofrer estigma ou retaliações se denunciarem ataques. O número de crimes registrados pela polícia vem crescendo constantemente desde a revolta nacional provocada pelo estupro e o assassinato coletivo de uma estudante em um ônibus em Nova Déli, em 2012.
(Com Reuters)