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EUA acusam militares chineses de hackear 145 milhões de americanos

Departamento de Justiça suspeita que Pequim possa usar informações para impulsionar sistemas de inteligência artificial e espionagem

Por Da Redação
Atualizado em 10 fev 2020, 16h25 - Publicado em 10 fev 2020, 15h31
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  • O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou, nesta segunda-feira, 10, quatro militares da China de hackear uma agência de proteção de crédito americana em 2017, supostamente roubando segredos comerciais e dados pessoais de cerca de 145 milhões de pessoas.

    Os oficiais Wu Zhiyong, Wang Qian, Xu Ke e Liu Lei foram indiciados por invadir as redes de computadores da empresa Equifax, manter acesso não autorizado durante cerca de três meses e roubar informações sensíveis e pessoais sobre os americanos.

    “Esses dados têm valor econômico, e esses roubos podem alimentar o desenvolvimento da inteligência artificial na China”, disse o secretário de Justiça dos Estados Unidos, William Barr, nesta segunda-feira. Ele também disse que Pequim pode usar as informações para atingir de maneira mais eficiente as autoridades da inteligência americana.

    Os hackers roubaram nomes, datas de nascimento e números de identidade dos clientes da Equifax, que tem base em Atlanta, na Geórgia. Esses dados podem ser usados para acessar históricos médicos e contas bancárias, entre outros. Por isso, o ataque constitui uma violação severa de segurança.

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    Segundo Barr, não é habitual que os Estados Unidos façam acusações contra autoridades de inteligência ou militares estrangeiros, para que seja evitada a retaliação contra soldados e espiões americanos. A exceção, explicou, se deve ao fato de a ação ter sido patrocinada pelo estado chinês.

    Apesar do acesso aos dados, o vice-diretor do FBI, David Bowdich, disse não haver evidências de que o governo chinês tenha usado os dados do Equifax. Na sexta-feira 7, o diretor do FBI, Christopher Wray afirmou que a China planeja obter informações sobre os mais diversos setores, desde a agricultura até a medicina, para desenvolver sua economia.

    Segundo Wray, o estado chinês mostrou “que está disposto a subir a escada econômica às nossas custas”, usando uma mistura de meios legais, como aquisições de empresas, e atos ilícitos, como espionagem e ataques cibernéticos.

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    O indiciamento sublinhou o descompromisso da China com o acordo de contenção a ciberataques firmado entre o ex-presidente americano Barack Obama e o líder chinês, Xi Jinping, em 2015.

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    Desde aquele ano, os Estados Unidos já acusaram cidadãos chineses de usurpar dados em três ocasiões: o vazamento das bases de dados do Escritório de Gestão de Pessoal americano, o ciberataque à companhia de seguros Anthem e, mais recentemente, o roubo de informações de mais de 500 milhões de hóspedes da rede de hotéis Marriott.

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