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EUA anunciam sanções para impedir acesso da Huawei a tecnologia americana

Nova medida acontece em momento de grande tensão entre Washington e Pequim por acusações de espionagem

Por Da Redação Atualizado em 17 ago 2020, 16h09 - Publicado em 17 ago 2020, 15h50

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira, 17, uma ampliação das sanções contra o grupo chinês Huawei para bloquear o acesso da empresa a chips e outras tecnologias do país. 

O Departamento de Comércio americano adicionou 38 afiliadas da Huawei em todo o mundo à lista de sanções econômicas, alegando que a empresa utilizava subsidiárias internacionais para evitar as medidas que impedem a exportação de tecnologia americana. Mais de 150 subsidiárias da Huawei já entraram na lista desde maio de 2019.

As restrições impostas têm objetivo de impedir que a gigante chinesa das telecomunicações tenha acesso a semicondutores sem uma licença especial, incluindo chips feitos por empresas estrangeiras que foram desenvolvidos ou produzidos com programas ou tecnologias americanas.

“Estas ações, efetivas de maneira imediata, vão bloquear as tentativas da Huawei de evitar o controle das exportações americanas”, afirmou o Departamento de Comércio em um comunicado. 

As novas sanções afetam as subsidiárias da Huawei em 21 países, incluindo China, Brasil, Argentina, França, Alemanha, Singapura, Tailândia e Reino Unido.

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O secretário de Comércio, Wilbur Ross, afirmou que a Huawei e suas filiais “trabalharam por meio de terceiros para aproveitar a tecnologia dos Estados Unidos de uma maneira que prejudica a segurança nacional dos Estados Unidos e os interesses da política externa”. O governo dos Estados Unidos afirma que a Huawei representa um risco para a segurança nacional por seus vínculos com Pequim. A empresa nega.

A ampliação das sanções acontece em um momento de grande tensão entre EUA e China devido às acusações de Washington de que as empresas chinesas são utilizadas para espionagem. O presidente Donald Trump quer proibir o popular aplicativo TikTok caso este não se separe da matriz chinesa, a empresa ByteDance.

Em declarações à Fox News nesta segunda-feira, Trump afirmou que a Huawei “espiona nosso país; isso é algo muito complexo, microchips, coisas que nem conseguimos ver”.

O governo Trump baniu a Huawei da rede 5G nos Estados Unidos e pressionou seus aliados a fazerem o mesmo. Em entrevista a VEJA na semana passada, o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, afirmou que as acusações feitas pelo governo americano são “mentiras completamente infundadas, para as quais jamais apresentaram uma única prova concreta”. 

Enquanto isso, a Huawei se tornou a maior fabricante mundial de smartphones no último trimestre, em grande parte devido às vendas no mercado chinês, mesmo com Washington agindo para negar a ela acesso a grande parte do sistema Android do Google.

(Com AFP)

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