O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplicou novas sanções contra pessoas próximas ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, nesta terça-feira, 25. Dentre os sancionados estão a primeira-dama, Cilia Flores, e a vice-presidente, Delcy Rodríguez.
O Departamento do Tesouro informou que parte das ações inclui o congelamento de um jato particular, avaliado em 20 milhões de dólares, cujo dono é acusado de ligação com o presidente da Assembleia Nacional Constituinte e braço direito de Maduro, Diosdado Cabello.
“O presidente Maduro confia em seu círculo próximo para manter seu controle do poder à medida em que seu regime sistematicamente saqueia a riqueza da Venezuela. Continuamos sancionando seus parceiros mais leais, que permitem que Maduro reforce seu controle sobre os militares e o governo enquanto o povo sofre”, afirmou em comunicado o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.
Também são alvos das sanções o ministro do Poder Popular para Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López.
O Tesouro americano ressaltou que as medidas punitivas “não são permanentes” e que têm como objetivo “mudar o comportamento” da Venezuela.
Como consequência das sanções, ficam congelados os ativos que essas pessoas têm em território americano. Elas também estão proibidas de realizarem as operações financeiras com entidades ou indivíduos dos Estados Unidos.
Entre esses ativos está um avião privado Gulfstream 200, situado na Flórida e avaliado em 20 milhões de dólares. A aeronave pertence a Rafael Sarria, considerado o principal testa de ferro de Diosdado Cabello.
No comunicado, o Tesouro americano identificou várias empresas vinculadas a Sarria sediadas na Venezuela, nas Ilhas Virgens Britânicas e na Espanha. As autoridades acreditam que as propriedades fazem parte dos bens adquiridos por Cabello ilegalmente, mas foram registradas em nome de Rafael.
O governo de Donald Trump, que considera a crise venezuelana uma tragédia humanitária, aprofunda assim a pressão sobre a Venezuela, após já ter tomado medidas similares contra o próprio Maduro e Cabello.
Resposta venezuelana
Em resposta às medidas, Maduro chamou autoridades do governo dos Estados Unidos de “covardes”. “Esses decretos são uma ofensa a uma mulher venezuelana, a uma mulher trabalhadora, profissional. Mas também é uma ofensa à dignidade da Força Armada Nacional Bolivariana”, afirmou sobre sua esposa durante um ato político transmitido na televisão estatal.
O presidente venezuelano disse ainda que os Estados Unidos são prepotentes ao querer sancionar funcionários de governos de outros países. Para Maduro, os americanos se acham “donos do mundo”, uma postura que, na avaliação do líder chavista, foi confirmada no discurso de Trump nesta terça-feira na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
“Estou rodeado de sancionados. Agradeço a Donald Trump por me cercar de dignidade. Isso é como uma medalha aqui. Cada sanção do governo gringo, além de ilegal e inútil, é como uma condecoração para nós, os revolucionários, porque mostra que somos valentes e corajosos”, afirmou o presidente venezuelano.
Trump pediu na ONU ajuda internacional para restaurar a democracia da Venezuela. Para o presidente americano, um regime repressivo guiado pelo socialismo tomou conta do país e colocou o povo em uma situação de pobreza.
Mais tarde, o republicano afirmou que um golpe militar contra Maduro triunfaria rapidamente se as Forças Armadas da Venezuela decidissem destituir o líder chavista do poder. Além disso, Trump confirmou que mantém sobre sua mesa uma opção militar para resolver a crise na Venezuela.
(Com Estadão Conteúdo, Reuters e EFE)