EUA: após semanas de protestos, Columbia cancela cerimônia de formatura
Campus da universidade americana está em estado de quase lockdown desde a última terça-feira, devido a manifestações ligadas à guerra Israel-Hamas

Após semanas de protestos estudantis, a prestigiada Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira, 6, que vai cancelar sua cerimônia de formatura, que estava marcada para 15 de maio. Ao invés disso, deve realizar eventos menores e separados para cada uma de suas 19 faculdades, fora do campus principal, que está em situação de quase lockdown desde a semana retrasada – quando a polícia de Nova York realizou uma intervenção durante uma manifestação pró-Palestina e prendeu mais de 100 alunos dentro e ao redor da universidade.
Autoridades de Columbia já haviam afirmado que a área é considerada uma cena de crime, e sujeita a investigação, levantando dúvidas sobre como 15 mil formandos e seus convidados celebrariam o fim dos estudos. Nesta segunda-feira, porém, a universidades afirmou que não poderia realizar a cerimônia por motivos de segurança.
“Decidimos que a peça central de nossas atividades de formatura serão nossos dias de aula e cerimônias em nível escolar, onde os alunos são homenageados individualmente ao lado de seus colegas, ao invés da cerimônia (que envolve) toda a universidade que está marcada para 15 de maio”, escreveu a instituição em um declaração, acrescentando que ainda considera “a possibilidade de um evento festivo” na data original.
Em maio, quando ocorrem as cerimônias de formatura no calendário escolar americano, o campus de Columbia normalmente é inundado com arquibancadas e milhares de formandos vestidos com becas azuis e brancas. Então, em um evento que envolve todas as suas 19 faculdades, o reitor da vez ocupa o centro de um grande palco e confere oficialmente os diplomas aos graduados das dezenas de cursos da instituição de ensino.
Tensão nos campi
Outras universidades ao redor dos Estados Unidos onde eclodiram protestos também cancelaram ou alteraram eventos de formatura, temendo que mais manifestações perturbassem e manchassem as cerimônias.
Especialmente na Universidade de Columbia, a forma como a reitoria tem lidado com os manifestantes pró-Palestina, inclusive chamando a polícia para interromper protestos e fazer mais de 200 detenções em dois dias separados, produziu profunda indignação entre muitos estudantes e professores. Autoridades da instituição ficaram preocupadas que a formatura, um evento destinado a unir o campus, o dividisse ainda mais.