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EUA: com caravana de migrantes próxima, Trump ameaça fechar acesso

Quase 6.000 pessoas já acampam na cidade mexicana de Tijuana; tensão entre migrantes e militares americanos vem crescendo nos últimos dias

Por Da Redação
Atualizado em 23 nov 2018, 11h49 - Publicado em 23 nov 2018, 11h39

Milhares de migrantes da América Central se concentram em volta da fronteira de Tijuana, entre o México e os Estados Unidos. Medidas de segurança orientadas pelo presidente Donald Trump mantém longas filas no lado mexicano da fronteira, Muitos tentavam a travessia para comemorar o Dia de Ação de Graças, que aconteceu na última quinta (22).

Durante o feriado americano, Trump ameaçou fechar o acesso ao país por tempo indeterminado, se a situação ‘se tornar incontrolável’.

Trump autorizou uso de força letal

O presidente deslocou milhares de tropas para a fronteira e, no início da semana, deu a James Mattis, Secretário de Defesa americano, poderes expandidos para usar o serviço militar na proteção de divisas. Na quinta, Trump confirmou que autorizou o uso de força letal contra os migrantes e refugiados ‘se for necessário’, mesmo que, até o momento, não tenha havido sinais de violência física contra as autoridades dos Estados Unidos.

Também no dia de Ação de Graças, ele reforçou a ameaça de fechar os limites com o México completamente, por tempo indeterminado: “Se nós virmos que é incontrolável”, disse Trump, “nós fecharemos a entrada no país por um período de tempo, até que possamos reassumir o controle. A fronteira inteira. México não poderá vender seus automóveis aos Estados Unidos.”

Carregando poucos pertences, e com muitos levando crianças, os migrantes partem para a travessia a partir do campo de baseball em que estão acampados, em Tijuana, cidade mexicana fronteiriça com os Estados Unidos. Em torno de 6.000 pessoas que atravessaram o México nas últimas semanas estão agora abarrotadas no local, improvisado pela prefeitura local.

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Eles caminham em direção à ponte de Chaparral, que se opõe à São Diego, na Califórnia, há 1 quilômetro de onde estão acampados. Imigrantes disseram a Reuters que vão esperar até que possam requerir asilo, apesar das crescentes medidas do governo americano para restringir a imigração.

Um hondurenho, identificado apenas como David, contou a agência britânica que as condições do albergue aumentam a tensão do grupo: “Nós já estamos desesperados, noite passada choveu e todos ficamos molhados. Não há mais espaço e estamos todos doentes. Minhas crianças estão gripadas, e ninguém veio nos dar alguma ajuda.”

Caravanas na região não são raras, mas essa chama atenção por seu tamanho. Milhares de centro-americanos, que fogem da violência, miséria e perseguição política, já subiam pelo continente há pelo menos um mês. Outros milhares ainda estão a caminho.

Agentes americanos citam benefícios de permanência no México

No lado americano, policiais e soldados realizaram um “exercício em grande escala de rapidez operacional” no ponto de passagem de San Ysidro, informou o Departamento de Alfândega e Proteção da Fronteira dos EUA.

Uma linha de frente, formada por dezenas de policiais com capacetes e armas longas, encarava o território mexicano, enquanto um batalhão de choque simulou manobras de contenção. Reforçada por barreiras metálicas, a linha de fronteira era sobrevoada por vários helicópteros das forças americanas.

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Agentes dos EUA, na tentativa de deter o avanço do grupo de migrantes, citaram os benefícios oferecidos pelo México para que regularizem sua situação.

“Há um escritório onde se oferece trabalho, há muito trabalho na cidade (Tijuana). O que propomos é que ao menos ganhem algum dinheiro antes de seguir para os Estados Unidos. Que esperem a sua vez”.

Outra autoridade informou que no albergue havia ônibus para levar os migrantes a um local onde era oferecido trabalho. “Não queremos!”, gritaram os migrantes antes de reiniciar sua marcha em direção à fronteira.

Trump já havia ameaçado, em meados de outubro, durante a campanha das eleições de meio de mandato, impedir a caravana de migrantes centro-americanos de entrarem em seu país se o México não fosse ‘capaz de conter a ofensiva’.

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