China e Estados Unidos concordaram com uma trégua em sua acirrada guerra comercial, informou nesta quinta-feira, 27, o jornal independente South China Morning Post, de Hong Kong.
De acordo com a reportagem, que cita fontes próximas às duas equipes de negociação, o acordo prevê a suspensão da aplicação de novas tarifas americanas contra importações chinesas no valor de 300 bilhões de dólares. Atualmente, os Estados Unidos tributam 250 bilhões em mercadorias da China que, em represália, adotou tarifas sobre 110 bilhões bens americanos importados.
A trégua teria sido a condição imposta por Pequim para que o presidente Xi Jinping aceitasse se encontrar com o americano Donald Trump durante a reunião de cúpula do G20. Os dois líderes têm uma reunião bilateral marcada para sábado, 29, e há expectativa de que assinem o acordo.
“Mas a realidade é que Trump pode mudar de ideia no último minuto”, disse a fonte ao South China Morning Post, acrescentando que “a trégua já foi preparada” e que seria semelhante aos três meses de intervalo alcançados entre as duas nações na cúpula anterior do G20, realizada em dezembro de 2018, em Buenos Aires.
As condições do acordo serão anunciadas em comunicados separados e não em uma declaração conjunta, segundo o South China Morning Post.
O objetivo da trégua, que as fontes informaram ter duração de seis meses, seria retomar as negociações, visando pôr fim à guerra comercial que começou em meados do ano passado.
Ontem, Trump reiterou no Twitter estar “preparado” para impor novas tarifas contra Pequim caso a reunião com Xi, em Osaka, fracasse.
No entanto, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse ontem que as duas partes estavam a “90% do caminho” de chegar a um acordo, e se mostrou otimista com o sucesso da negociação.
O encontro bilateral foi marcado para que os dois líderes desbloqueiem as negociações fracassadas ou pelo menos busquem que a situação não piore.
Segundo o jornal The Wall Street Journal, Xi Jinping planeja apresentar para Trump um conjunto de termos com os quais os Estados Unidos devem se comprometer para que o governo chinês possa concordar em resolver a disputa comercial.
Trump autorizou o aumento de tarifas de importação de 10% para 20% para um volume de 250 bilhões de dólares em produtos chineses. Disparou ainda ameaças de impor a mesma penalidade a mais 300 bilhões de dólares em bens produzidos na China. Pequim revidou com a adoção de tarifas de 10% a 25% sobre as importações de 110 bilhões de dólares em produtos americanos.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu neste mês que esta guerra comercial poderá reduzir em 0,5% o crescimento da economia mundial em 2020, o equivalente a 455 bilhões de dólares. O Fundo Já havia alertado para potenciais perdas ainda em 2019.
(Com EFE)