O presidente do Irã, Hassan Rohani, convidou nesta quarta-feira, 25, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, a sentar e conversar para retomar a reestabelecer a relação entre os dois países, que foi abalada durante o mandato de Donald Trump.
“Irã e Estados Unidos podem decidir em conjunto voltar à situação existente antes de 20 de janeiro de 2017”, data da posse de Trump na Casa Branca, declarou Rohani no conselho de ministros. “Se existe esta vontade por parte dos próximos líderes americanos, eu acredito que não será difícil de solucionar os diversos problemas”, afirmou.
Na terça-feira 24, Biden anunciou os nomes que integraram o time responsável pela política externa durante os quatro anos de sua Presidência. No cargo de conselheiro de Segurança Nacional está Jake Sullivan, de 43 anos, que teve papel fundamental nas negociações secretas que levaram os Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China a assinarem o Acordo Nuclear com o Irã em 2015.
Biden reiterou durante sua campanha que pretende retomar as obrigações dos Estados Unidos para com o acordo que Trump abandonou em 2018, ação que o presidente eleito classificou como “irresponsável”.
“Irei oferecer a Teerã um caminho de volta à diplomacia”, escreveu Biden em setembro em um artigo publicado pela emissora americana CNN. “Se o Irã voltar a cumprir o acordo nuclear, os Estados Unidos irão voltar ao acordo e poderemos negociar”, afirmou.
Em 2018, Trump saiu do Acordo Nuclear que considerava “o pior acordo já feito na história” e reestabeleceu sanções econômicas contra o país. Teerã, por sua vez, voltou a enriquecer urânio alegando que os americanos violaram o texto e, portanto, só iriam voltar a cumprir as demandas caso a Casa Branca retirasse as restrições econômicas e cumprisse sua parte.
O republicano lançou sua campanha de “Pressão Máxima” para subjugar a economia iraniana. O resultado foi o isolamento do país no sistema financeiro internacional, a contração do Produto Interno Bruto (PIB) em 6,8% e uma inflação de 41,2% em 2020.
As tensões entre Washington e Teerã escalaram e quase culminaram em uma guerra no início de 2020, após os Estados Unidos terem assassinado o general da Guarda Revolucionária e herói de guerra, Qasem Suleimani, em janeiro. Trump também consultou seus conselheiros sobre um ataque às usinas nucleares iranianas ainda em 2020, segundo o The New York Times, mas nunca chegou a dar as ordens finais.