Após reunião com John Kerry, enviado especial do presidente americano, Joe Biden, para assuntos climáticos, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta segunda-feira, 27, que os Estados Unidos estão empenhados em arrecadar “recursos vultosos” para o combate ao desmatamento na Amazônia, embora tenha esclarecido que o valor ainda não está definido.
“O enviado John Kerry não definiu valor, mas colocou que vai se empenhar junto ao governo e o congresso norte-americano, e junto à iniciativa privada, para termos recursos vultosos, não só no Fundo Amazônia, como também outras contribuições”, disse.
Em nome do presidente @LulaOficial, coordenei, com o Enviado Especial para o Clima do governo estadunidense, John Kerry, o encontro bilateral entre Brasil e EUA, realizado no Palácio do Itamaraty. pic.twitter.com/mSJJYS8Tdv
— Geraldo Alckmin 🇧🇷 (@geraldoalckmin) February 27, 2023
Também participaram da reunião no Palácio do Itamaraty a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social, Aloizio Mercadante, responsável pela administração do Fundo Amazônia.
No início do mês, após encontro do presidente Lula com Biden nos Estados Unidos, a Casa Branca já havia anunciado doações ao Fundo Amazônia. Segundo texto divulgado pelo Itamaraty, a gestão Biden pretende trabalhar com o Congresso americano, cuja Câmara é dominada pela oposição republicana, no tema: “Os Estados Unidos anunciaram sua intenção de trabalhar com o Congresso para fornecer recursos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo apoio inicial ao Fundo Amazônia, e para alavancar investimentos nessa região muito importante”.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia recebeu, em dez anos de operação, R$ 3,3 bilhões em doações. Isso parou em 2019 por causa de problemas na gestão de Jair Bolsonaro. Enquanto funcionou, o fundo recebeu aporte dos governos da Noruega e da Alemanha.
Além disso, houve doações menores da Petrobras e foram financiados 102 projetos, a um custo de R$1,8 bilhão. De acordo com o BNDES, que gerencia a aprovação e contratação de projetos, existia R$3,6 bilhões ainda em caixa até dezembro passado.
Na declaração conjunta, o Brasil também conseguiu dos americanos um reconhecimento do protagonismo do país. “Ambos os líderes estão determinados a conferir urgente prioridade à crise climática, ao desenvolvimento sustentável e à transição energética. Reconhecem o papel de liderança que o Brasil e os EUA podem desempenhar por meio da cooperação bilateral e multilateral”, disse a nota do Itamaraty.