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EUA fizeram campanha antivacina para minar China na pandemia, diz agência

A partir de contas falsas nas redes sociais, militares teriam disseminado dúvidas sobre segurança e eficácia de métodos contra coronavírus

Por Da Redação
Atualizado em 14 jun 2024, 11h29 - Publicado em 14 jun 2024, 11h26

No auge da pandemia de Covid-19, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos lançou uma campanha secreta para enfraquecer o que considerava como a crescente influência da China nas Filipinas, um país especialmente afetado pelo vírus, de acordo com uma investigação publicada nesta sexta-feira, 14, pela agência de notícias Reuters.

Segundo a investigação, o objetivo era principalmente disseminar dúvidas sobre a segurança e a eficácia das vacinas. Para isso, militares americanos teriam criado contas falsas online, se passando por filipinos, para compartilhar conteúdos q criticavam a qualidade de máscaras faciais, kits de testagem e a primeira vacina que estaria disponível nas Filipinas, a Sinovac, produzida pela China.

A Reuters identificou ao menos 300 contas no X, antigo Twitter, que correspondiam às descrições compartilhadas por ex-oficiais militares dos EUA familiarizados com a operação nas Filipinas. Quase todas as contas foram criadas em meado de 2022 e usavam a hashtag #Chinaangvirus, filipino para “a China é o vírus”.

Depois que a Reuters perguntou ao X sobre as contas, a empresa de mídia social removeu os perfis, determinando a partir de padrões de atividade e dados internos que faziam parte de uma campanha coordenada de robôs.

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Segundo a Reuters, o programa militar começou durante o governo do o ex-presidente Donald Trump e continuou durante meses na presidência de Joe Biden, descobriu a Reuters. Porta-vozes de Trump e Biden não responderam aos pedidos de comentários sobre o programa clandestino.

Ao longo da última década, alguns responsáveis ​​pela segurança nacional dos EUA pressionaram pelo regresso ao tipo de operações agressivas de propaganda clandestina, sobretudo contra Rússia e China. Após as eleições presidenciais dos EUA em 2016, nas quais a Rússia utilizou uma combinação de invasões cibernéticas para influenciar os eleitores, os apelos à contra-ataque tornaram-se mais fortes dentro de Washington.

A Covid-19 então galvanizou o impulso para realizar operações psicológicas contra a China. Uma porta-voz do Pentágono ouvido pela Reuters disse que os militares dos EUA “utilizam uma variedade de plataformas, incluindo redes sociais, para combater os ataques de influência maligna dirigidos aos EUA, aliados e parceiros”.

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Mortes e pouca vacinação

Por conta do ceticismo em relação à vacinação no país, o então presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, ficou tão consternado com o número reduzido de filipinos dispostos a ser vacinados que ameaçou prender as pessoas que recusassem a vacinação.

“Você escolhe, vacina ou eu vou prendê-lo”, disse Duterte em um discurso televisionado em junho de 2021. “Há uma crise neste país… Estou apenas exasperado com o fato de os filipinos não darem ouvidos ao governo”. À época, o país tinha uma das piores taxas de inoculação do Sudeste Asiático. Apenas 2,1 milhões dos seus 114 milhões de cidadãos foram totalmente vacinados – muito longe da meta do governo de 70 milhões.

Quando Duterte discursou, os casos de Covid ultrapassavam 1,3 milhão e quase 24 mil filipinos tinham morrido devido ao vírus. A dificuldade de vacinar a população contribuiu para o pior índice de mortalidade da região.

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