EUA incluem supostos afiliados da al-Qaeda no Brasil em lista de sanções
Na semana passada, Departamento do Tesouro americano já havia aplicado sanções contra grupo criminoso brasileiro Primeiro Comando da Capital (PCC)
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira, 22, a aplicação de sanções econômicas contra uma rede no Brasil acusada de financiar o grupo terrorista al-Qaeda. Na semana passada, o Departamento do Tesouro americano já havia aplicado sanções contra o grupo criminoso brasileiro Primeiro Comando da Capital (PCC).
“As designações de hoje ajudarão a negar o acesso da al-Qaeda ao setor financeiro formal para gerar receita para apoiar suas atividades”, disse Andrea Gacki, diretora do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), em nota à imprensa. “As atividades desta rede sediada no Brasil demonstram que a al-Qaeda continua sendo uma ameaça terrorista global generalizada”, acrescentou.
No passado liderado por Osama Bin Laden, morto em 2011, o grupo ficou conhecido por reivindicar a autoria dos ataques de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas, em Nova York.
De acordo com o comunicado, o objetivo das sanções é sufocar o financiamento ao grupo feito a partir de campanhas individuais de arrecadação de fundos nos países do Golfo e apoiadores em todo o mundo. Há sanções contra mais de 300 indivíduos afiliados à al-Qaeda e outras organizações terroristas no Afeganistão, Paquistão, Golfo, África e outras regiões.
Na prática, as sanções impedem que pessoas, empresas e organizações que recebem as punições movimentem bens ou ativos em bancos americanos e tenham suas contas e propriedades bloqueadas. Como boa parte do sistema financeiro faz negócio nos Estados Unidos, a medida não tem apenas alcance nacional.
As medidas miram três indivíduos que estão no Brasil e duas empresas, sendo elas dois comércios de móveis em São Paulo. Segundo o governo dos EUA, uma das pessoas teria chegado ao Brasil em 2015 e mantinha contato frequente e negócios com outra pessoa supostamente ligada ao grupo em território brasileiro.
Outro cidadão, segundo a Embaixada dos EUA no Brasil, “desempenhou um papel significativo em um grupo afiliado à Al Qaeda, sediado no Brasil, e estava envolvido na impressão de moeda falsa”.