Promotores dos Estados Unidos indiciaram o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, em um procedimento secreto que foi revelado por engano, segundo o jornal The Washington Post. Em carta a um juiz que se tornou pública, o promotor federal adjunto Kellen S. Dwyer pediu que fosse mantido em segredo o caso de Assange “devido à sofisticação do acusado e à publicidade que lhe rodeia”.
“É provável que nenhum outro procedimento mantenha confidencial o fato de que foi acusado”, disse Dwyer, que defendeu que assim permaneça até que Assange eventualmente seja detido.
As evidências não deixam claras quais acusações pesam sobre Assange, embora no passado os Estados Unidos tenham estudado a possibilidade de indiciá-lo por conspiração, roubo de propriedade governamental e violação da Lei de Espionagem pelo grande vazamento do WikiLeaks em 2010.
Um dos advogados de Assange, Barry J. Pollack, disse ao Post que “a única coisa mais irresponsável que acusar alguém por publicar informação verídica seria pôr em um escrito público informação que claramente não estava destinada ao público e sem avisar Assange”.
“Obviamente, não tenho nem ideia se realmente lhe acusaram ou sobre o que seria, mas a ideia de que se pode ser acusado por crimes federais por publicar informação verídica é um precedente perigoso”, acrescentou.
O Equador acolheu Assange na sua embaixada em Londres, em 2012, depois que o jornalista foi acusado na Suécia de uma agressão sexual.
Embora o caso sueco tenha sido arquivado, Assange segue recluso alegando temor que sua saída provoque um pedido de extradição dos EUA e a sua imediata detenção.