O Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos implementará, junto com a Patrulha Fronteiriça, um novo sistema tecnológico de reconhecimento facial para criar uma base de dados do trânsito de pessoas na fronteira com o México, segundo informou nesta quarta-feira (06) a imprensa americana.
O programa, sob o nome em inglês de Vehicle Face System (VFS, ou Sistema Facial de Veículos em português), se encontra ainda em fase de desenvolvimento e será testado a partir do próximo mês de agosto, durante um ano, no porto de entrada fronteiriça de Anzalduas, no sul do Texas.
A razão do período experimental é assegurar o “total cumprimento” das políticas de segurança e privacidade pessoal do Registro Federal dos Estados Unidos.
“O projeto VFS pretende avaliar a captura da biometria facial dos viajantes que ingressam e saem do país, para comparar essas imagens com as fotos arquivadas em propriedade do governo”, explicou um porta-voz das autoridades migratórias ao site The Verge.
Essas fotografias serão instantaneamente comparadas com passaportes, vistos e registros penais que já se encontram na base de dados das autoridades migratórias.
A ciência aplicada para isso se baseia em câmeras com sensores “plenoptic”, capazes de capturar com nitidez imagens múltiplas em diferentes distâncias focais. Dessa forma, o novo sistema corrige os antigos métodos de reconhecimento facial que frequentemente confundiam os reflexos do automóvel, piorando a qualidade da imagem.
A nova tecnologia, contudo, vem gerando controvérsia e sendo acusada de “invasão de intimidade” por diversas associações civis que não estão de acordo com a “coleta em massa de dados”.
Este registro proporciona ao governo um relatório detalhado sobre rotinas diárias das pessoas que cruzam a fronteira como, por exemplo, “a hora em que vão e voltam do trabalho ou que buscam as crianças na escola”.
Neste sentido, a organização de defesa dos direitos humanos The Center for Media Justice considera que a posse desta informação é uma “violação absoluta” da democracia.
“Este é um exemplo da tendência crescente do uso autoritário da tecnologia para rastrear e espreitar as comunidades de imigrantes, e definitivamente vamos lutar”, declarou ao jornal The Guardian a diretora-executiva da organização, Malkia Cyril.
(Com EFE)