EUA investigam ataque a tiros na Flórida como ‘crime de ódio’
Rifle do agressor era adornado com uma suástica e ele deixou para trás vários escritos racistas; Três pessoas negras morreram no incidente

Os Estados Unidos abriram uma investigação federal nesta segunda-feira, 28, para apurar um ataque a tiros que ocorreu em Jacksonville, no estado da Flórida, dois dias antes. O incidente, que viu um homem branco com um rifle adornado com uma suástica matar três pessoas negras em uma loja, está sendo encarado como um crime de ódio.
Segundo a polícia local, o tiroteio teve motivação racial, e custou a vida de Angela Michelle Carr, 52, Anolt Joseph “AJ” Laguerre Jr., 19, e Jerrald Gallion, 29.
O xerife de Jacksonville, T.K. Waters, disse que o atirador, identificado como Ryan Christopher Palmer, de 21 anos, deixou para trás escritos racistas e usou insultos raciais durante o ataque. O agressor estava armado com um rifle estilo AR-15 e uma pistola, ambos adquiridos legalmente, e mirou somente nos clientes negros da loja Dollar General, de acordo com o xerife.
O procurador-geral dos Estados Unidos afirmou que o Departamento de Justiça passou a investigar o tiroteio como um crime de ódio e um ato de extremismo violento com motivação racial.
Em meio a homenagens às vítimas, a prefeita de Jacksonville, Donna Deegan, pediu o fim das divisões e polarização entre a população da Flórida.
“A divisão tem que parar, o ódio tem que parar, a retórica tem que parar”, disse ela, acrescentando: “Somos todos da mesma carne, sangue e ossos e devemos tratar uns aos outros dessa forma”.
O ataque na Florida é o mais recente de uma série de tiroteios nos últimos anos em que um agressor armado, geralmente branco e do sexo masculino, escolhe pessoas negras como alvo. Entre os incidentes mais notórios, incluindo num supermercado em Buffalo, Nova York, no ano passado, e numa igreja em Charleston, Carolina do Sul, em 2015.
Além disso, de acordo com o Gun Violence Archive, houve pelo menos 475 tiroteios em massa nos Estados Unidos até agora em 2023. O levantamento define um tiroteio em massa como incidentes em que quatro ou mais pessoas ficam feridas ou mortas por balas, sem incluir o atirador.
Apesar da investigação buscar os motivos e a história do atirador de Jacksonville, o xerife Waters alertou contra a tentativa de racionalizar o ataque.
“Nossa comunidade está lutando para entender por que essa atrocidade ocorreu. Peço a todos nós que não busquemos sentido em um ato de violência sem sentido”, disse o xerife. “Não há razão ou explicação que possa explicar as decisões e ações do atirador.”