EUA relembram atentados de 11 de setembro de 2001
No Pentágono, Trump promete valer-se de 'força que os EUA nunca usaram antes' contra ameaça terrorista
A cidade de Nova York recordou nesta quarta-feira, 11, as quase 3.000 pessoas mortas em 11 de setembro de 2001, em uma cerimônia solene no Marco Zero, onde os aviões sequestrados pelo grupo Al Qaeda derrubaram as Torres Gêmeas há 18 anos. Esse foi o ataque mais mortal ocorrido em solo americano desde Pearl Harbour, em 1941.
O governador de Nova York, Andrew Cuomo, o prefeito Bill de Blasio, assim como os seus antecessores Michael Bloomberg e Rudy Giuliani, estavam entre os que compareceram à cerimônia. O ato se tornou uma tradição anual, principalmente com os parentes lendo a longa lista de mortos e dizendo algumas palavras sobre essas vítimas. A cerimônia dura cerca de quatro horas.
“Nós amamos vocês, sentimos sua falta e vocês sempre serão os herói da América”, afirmou uma mulher depois de ler os nomes de seu irmão e primo mortos na tragédia.
Parentes se abraçaram e se consolaram, deixando rosas no memorial. Alguns seguravam cartazes com imagens de seus entes queridos que foram mortos pelos terroristas.
Às 8h46 e 9h03 da manhã, horário em que os aviões se chocaram contra as torres, os presentes mantiveram um momento de silêncio em homenagem às vitimas. Gaitas de fole foram tocadas quando policiais entraram na cerimônia carregando a bandeira dos Estados Unidos e, em seguida, o hino nacional foi entoado.
Em 2001, militantes da rede terrorista Al Qaeda sequestraram quatro aviões. Eles tinham como destino o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a Casa Branca e as Torres Gêmeas. Três dos quatro aviões encontraram seus alvos – dois deles, as Torres Gêmeas, e outro, o Pentágono. O quarto avião, que ficou conhecido como o voo 93, caiu em um campo aberto em Shanksville, na Pensilvânia.
A cerimônia na Pensilvânia para relembrar os mortos teve a presença do vice-presidente, Mike Pence. Em seu discurso, Pence exaltou a memória dos quarenta passageiros que lutaram contra os terroristas dentro do avião e impediram que ele encontrasse seu alvo.
Além dos mortos no 11 de setembro, milhares de bombeiros, policiais, socorristas, trabalhadores da construção civil e moradores das vizinhanças desenvolveram doenças, muitas das quais terminais, como resultado da inalação de vapores tóxicos. Um censo do WTC Health Program, programa federal de saúde voltado para os sobreviventes dos atentados, registrou 10.000 pessoas com câncer.
Trump no Pentágono
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao discursar em cerimônia no Pentágono, repetiu a controversa história de que teria sido um dos primeiros a chegar no local das Torres. Trump ofereceu suas condolências às vítimas e familiares e prometeu que qualquer grupo terrorista será recebido com “um grau de força que os Estados Unidos nunca usaram antes”.
Trump também falou sobre as conversas de paz com o grupo afegão Talibã, que ocorriam em Doha, Catar, que foram abruptamente canceladas após a morte de dois soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte – um americano e outro romeno – e mais 11 civis em um recente atentado à bomba dos talibãs no Afeganistão.
“Tínhamos programadas conversas de paz há poucos dia, e as cancelei quando me informei que haviam matado um soldado americano de Porto Rico e outras 11 pessoas inocentes”, disse.
A reunião com representantes do grupo e do governo do Afeganistão iria ocorrer em Camp David, residência oficial de campo da Presidência, e era mantida em segredo pelas autoridades.
“Eles (os talibãs) acreditaram que usariam este ataque para demonstrar força, mas o que demonstraram foi uma fraqueza enorme. Nos últimos quatro dias, batemos mais firme que nunca em nosso inimigo, e isso continuará”, advertiu.
Washington estava prestes a fechar um acordo para permitir o início da retirada progressiva dos cerca de 13.000 soldados americanos mobilizados no Afeganistão em troca de garantias por parte do Talibã de redução da violência e do lançamento de negociações de paz diretas com o governo de Cabul. Os rebeldes vêm rejeitando essa última condição até o momento.
A suspensão das negociações pode provocar uma escalada da violência no Afeganistão em um momento especialmente delicado, a apenas duas semanas das eleições presidenciais no país.
(Com AFP e EFE)