Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

EUA tentaram minar resolução da OMS em favor da amamentação materna

Rússia encampou a apresentação do projeto depois de vários países, entre os quais o Equador, terem sido ameaçados pelos negociadores americanos

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 9 jul 2018, 18h14 - Publicado em 9 jul 2018, 14h34
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - 20/06/2018
    O presidente dos EUA, Donald Trump: promoção de alimentos processados para bebês (Leah Millis/Reuters)

    O governo de Donald Trump tentou minar a aprovação de uma resolução em favor da amamentação materna na última assembleia-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) em maio. Ao abraçar os interesses de fabricantes de fórmulas para a alimentação de bebês, os negociadores americanos empenharam-se em remover do documento um chamado aos governos para “proteger, promover e apoiar a amamentação”, publicou hoje, 9, o jornal The New York Times.

    Durante as negociações na sede da OMS, em Genebra, a delegação americana também quis boicotar o item que conclamava os formuladores de políticas públicas a restringir a promoção de alimentos processados para bebês. Mas não se limitou aos boicotes. Segundo o Times, houve ameaças de retaliações comerciais e de retirada de ajuda militar ao Equador, que planejava propor a resolução.

    Vários países africanos e latino-americanos foram abordados por advogados da causa da amamentação materna, mas negaram-se a apresentar o projeto diante do temor da reação de Washington. A estratégia dos Estados Unidos somente veio abaixo quando a Rússia tomou a iniciativa de apresentar o projeto de resolução. “E os americanos não ameaçaram os russos”, escreveu o jornal.

    “Ficamos espantados, chocados e também tristes”, disse Patti Rundall, diretor do grupo britânico Baby Milk Action, que participa das reuniões da assembleia da OMS desde o fim dos anos 80. “O que aconteceu equivale à chantagem, com os Estados Unidos tomando o mundo como refém e tentando derrubar um consenso de quase quarenta anos sobre a melhor maneira de proteger a saúde de bebês e crianças”, completou Rundall.

    Continua após a publicidade

    Um negociador russo ouvido pelo Times sob condição de anonimato explicou que, para Moscou, a questão era de princípios. “Não estamos tentando bancar os heróis aqui, mas consideramos errado um país grande tentar pressionar pequenos países, especialmente em um tema realmente importante para o resto do mundo”, afirmou.

    Um membro da delegação equatoriana também reagiu. Conforme afirmou, ele e seus colegas ficaram chocados porque “não entendemos como um assunto pequeno como a amamentação materna poderia provocar resposta tão dramática”.

    De acordo com o Times, a bilionária indústria de alimentos para bebês tem registrado queda nas vendas em países ricos nos últimos anos graças às políticas públicas de estímulo à amamentação materna. Em países em desenvolvimento, porém, as vendas devem crescer 4% neste ano, segundo o Euromonitor, empresa de pesquisa estratégica para o mercado de consumo.

     

     

     

     

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    2 meses por 8,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.