O grupo Walmart elevou nesta quarta-feira para 21 anos a idade mínima para a compra de armas de fogo e munição em suas lojas dos Estados Unidos. A decisão foi tomada depois do tiroteio na escola da Flórida que deixou 17 pessoas mortas. Outra importante vendedora de armas, Dick’s Sporting Goods, também anunciou o aumento da idade mínima.
Pela lei, apenas pessoas acima de 21 anos podem comprar armas de mão, porém, maiores de 18 já são têm permissão para comprar rifles semiautomáticos e outras armas de cano longo. O Walmart, que é o maior vendedor de armas do país, decidiu então elevar essa idade mínima para a compra de todos os tipos de armas. Além disso, o grupo anunciou que irá retirar de seu catálogo os produtos que “se assemelhem a fuzis”, incluindo armas de ar do tio “airsoft” e brinquedos.
As lojas já haviam deixado de vender em 2015 o fuzil AR-15, o mesmo utilizado por Nikolas Cruz no massacre de Parkland. Porém, a descontinuidade da venda se deu porque o produto estava sendo pouco procurado. Também já não é possível encontrar pistolas em suas lojas, com exceção do Alasca. “À luz dos eventos recentes, aproveitamos a oportunidade para revisar nossa política de vendas de armas de fogo”, afirmou o grupo em comunicado.
Outra grande varejista no mercado de armas, a Dick’s Sporting Goods, também anunciou nesta quarta-feira que irá aumentar a idade mínima para a compra de qualquer arma, além de descontinuar a venda de rifles de assalto e carregadores de alta-capacidade. “Quando vemos o que aconteceu em Parkland, ficamos tão perturbados e chateados”, afirmou Edward Stack, executivo cujo pai fundou a loja em 1948.
A decisão teve reação imediata nas redes sociais. A loja Dick’s foi amplamente citada no Twitter, com a maioria das mensagens sendo de apoio à sua decisão, inclusive de celebridades. Porém, um pequeno grupo condenou a varejista e prometeu um boicote.
O próprio presidente Donald Trump tem demonstrado apoio à ideia de aumentar a idade mínima para a compra de rifles de 18 para 21, uma atitude que vai contra o que vinha dizendo desde o início de seu mandato e contraria um de seus maiores apoiadores, a Associação Nacional do Rifle (NRA, em inglês).
Devido às pressões feitas por manifestantes, em especial estudantes sobreviventes do tiroteio, diversas empresas têm desassociado seu nome com a polêmica das armas. Algumas, como a empresa de seguros MetLife e a Delta Air Lines, anunciaram o fim de seu relacionamento com a poderosa NRA.
(Com EFE)