O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, que renunciou em novembro passado após um mandato de quase 14 anos, vai concorrer a uma cadeira no Congresso nas eleições gerais de 3 de maio. Refugiado na Argentina desde dezembro, Morales autorizou seu advogado, Wilfredo Chávez, a registrá-lo como candidato nesta quinta-feira, 30, e “fazer uso de qualquer faculdade necessária para o sucesso do presente poder”.
Segundo comunicado divulgado também nesta quinta, Morales aceitou o pedido da Diretoria Departamental de Cochabamba do MAS (Movimento ao Socialismo) para ser designado candidato à Assembleia Legislativa”. MAS é o partido do ex-presidente.
Gonzalo Lema, ex-porta-voz da Corte Eleitoral, afirmou que Morales “não tem impedimento legal” para solicitar uma cadeira no Congresso porque “não tem sentença executória” perante o tribunal. A Bolívia renovará, além de presidente e vice-presidente, seus 36 senadores e 130 deputados.
A jurista Silvia Salame, ex-magistrada do Tribunal Eleitoral, também disse que uma cadeira no Congresso não afetaria os processos que Evo enfrenta por “sedição e terrorismo”, já que a “imunidade parlamentar” foi eliminada na Constituição de 2009 – promulgada pelo próprio Morales.
Ainda assim, o ex-presidente está impedido de participar das próximas eleições como candidato à presidência, depois que as eleições em outubro passado foram anuladas devido a “irregularidades” detectadas por uma missão da Organização dos Estados Americanos. Antes da investigação, Morales havia sido declarado vencedor no primeiro turno.
No entanto, seu herdeiro político, o economista Luis Arce, lidera com 26% as intenções de voto, seguido pelo direitista Luis Fernando Camacho e pelo ex-presidente do centro Carlos Mesa, ambos com 17%. Na quarta posição, a presidente interina Jeanine Áñez aparece com 12%, segundo pesquisa da empresa Mercados e Amostras, divulgada no domingo.
(Com AFP)