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Ex-advogado de Trump depõe contra o antigo aliado em julgamento

Michael Cohen trabalhou na empresa do ex-presidente dos EUA por quase 10 anos, período durante o qual foi de confidente a inimigo

Por Da Redação
13 Maio 2024, 09h56
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  • Michael Cohen, ex-advogado de Donald Trump, deve depor contra o ex-presidente dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 13, no julgamento sobre supostos pagamentos ilícitos feitos pelo republicano, às vésperas da eleição de 2016, a ex-atriz pornô Stormy Daniels. Como testemunha da promotoria, pode ajudar a decidir o destino de Trump, que é acusado de esconder, por meios ilegais, as transferências de dinheiro, que tiveram Cohen como intermediário.

    Por quase uma década, o advogado de 57 anos trabalhou para a Trump Organization, sediada em Nova York. Também foi advogado pessoal do republicano no início de sua Presidência, em 2017. Certa vez, disse que levaria um tiro por Trump, que hoje tenta retornar à Casa Branca nas eleições deste, que ocorrerão em novembro.

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    Cohen, porém, rompeu com o antigo chefe durante uma investigação federal sobre a campanha presidencial trumpista em 2016. Isso porque muitas das acusações, ligadas ao caso de subornos secretos a Stormy Daniels, recaíram também sobre seu conselheiro jurídico – agora, um dos críticos mais ferrenhos de Trump.

    Relembre o caso

    A ação no tribunal está ligada à descoberta de um suposto esquema de pagamentos secretos, cujo objetivo seria impedir que um caso extraconjugal entre Trump e Daniels viesse à tona e chegasse aos ouvidos dos eleitores às vésperas do pleito presidencial de 2016 (que ele venceu).

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    Segundo os promotores, isso ocorreu porque o então candidato temia ter a imagem prejudicada pela descoberta. Então, pagou US$ 130 mil a Daniels (cerca de R$ 442 mil na cotação da época) apenas 12 dias antes da eleição, para comprar seu silêncio. Porém, ele fez isso através de seu advogado, Michael Cohen, que transferiu o dinheiro por meio de uma empresa de fachada.

    Depois de vencer a eleição em 2016, Trump restituiu Cohen com uma série de cheques mensais, que vinham ou de um fundo de ativos da empresa do então presidente ou de sua própria conta bancária. Foram 11 cheques, nove dos quais o próprio Trump assinou. No entanto, os gastos foram registrados enganosamente como “despesas legais” com seu advogado.

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    A empresa do então presidente, a Trump Organization, processou esses cheques “disfarçados como um pagamento por serviços jurídicos prestados segundo um acordo de retenção inexistente”, disseram os promotores. Por isso, no ano passado, o republicano foi indiciado com 34 acusações de falsificação de registros comerciais. Trump fez isso “com a intenção de fraudar, de cometer crime, e ajudar e ocultar a prática do mesmo”.

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    Sem precedentes

    O processo é histórico, já que Trump é o primeiro presidente do país – ex ou atual – a enfrentar um julgamento criminal. Além disso, ele também é o candidato republicano favorito para disputar as eleições presidenciais contra o chefe da Casa Branca, Joe Biden, em novembro.

    Se for considerado culpado, Trump pode, teoricamente, enfrentar mais de uma década de prisão. Outra possibilidade, porém, é que o juiz renuncie à prisão e o coloque em liberdade condicional, com a possibilidade de cadeia pairando sobre sua cabeça se ele não cumprir as condições estabelecidas pela corte. De qualquer forma, ele não seria impedido de concorrer às eleições.

    Outros casos

    Contando com o processo dos subornos secretos, Trump enfrenta 92 acusações criminais no total, em quatro investigações diferentes:

    Fora isso, Trump perdeu dois processos civis recentemente – um por difamar a escritora E. Jean Carroll, alegando que ela mentiu quando o acusou de tê-la estuprado, e outro por fraude, aumentando artificialmente o valor de suas propriedades em Nova York para obter negócios melhores com seguradoras e credores. Até agora, ele deve mais de US$ 500 milhões por essas derrotas.

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