Ex-epicentro da pandemia, Wuhan abre escolas para 1,4 milhão de alunos
Instituições de ensino devem seguir novas regras, como uso de máscaras; governo já possui plano em caso de retorno ao ambiente virtual
Com máscaras de proteção e novas regras, quase 1,4 milhão de estudantes voltaram nesta terça-feira, 1, às aulas na cidade chinesa de Wuhan, epicentro da pandemia de Covid-19. Primeira cidade a implementar medidas rigorosas de isolamento social, a área teve 76 dias de quarentena rigorosa entre janeiro e abril.
Anunciado na semana passada, o retorno do ano letivo autoriza que 2.842 instituições de ensino, englobando jardins de infância e escolas dos ensinos básico e fundamental, voltem a operar. Escolas do ensino médio retornaram as atividades em maio.
As escolas seguem protocolos para conter riscos de novos surtos: os alunos devem usar máscaras e evitar, na medida da possível, os ônibus e trens públicos. Alguns estudantes participaram de eventos com a bandeira da China, parte da rotina em colégios públicos, apesar das advertências para evitar aglomerações.
Todas as instituições receberam ordens para comprar equipamentos de proteção e realizar sessões de treinamentos para ajudar a preparação para conter novos surtos. Segundo autoridades municipais, já há planos de emergência para uma transição rápida ao ensino online caso os níveis de infecções voltem a crescer.
De acordo com dados oficiais, Wuhan teve 3.869 mortes decorrentes da Covid-19, equivalente a mais de 80% das mais de 4.600 mortes na China. A cidade permaneceu confinada e fechada durante mais de dois meses, a partir do fim de janeiro.
Com uma gigante campanha de testes para a população de 11 milhões de pessoas, Wuhan tem retornado à vida normal desde abril, quando um lockdown foi suspenso, e não relata transmissões locais desde 18 de maio. No sábado 15, dezenas de milhares de jovens chegaram a participar de um festival de música dentro de uma imensa piscina.