Ex-espião russo e filha têm poucas chances de sobreviver, diz sobrinha
Desde segunda-feira, 28 países decidiram expulsar mais de 140 diplomatas russos pelo envenenamento de Sergei Skripal
A sobrinha do ex-espião russo Sergei Skripal, envenenado em Salisbury, no Reino Unido, no dia 4 de março, afirmou que ele e sua filha Yulia têm poucas chances de sobreviver.
Viktoria Skripal disse que o prognóstico para ambos “realmente não é bom” após o ataque com a substância química Novichok. “Eu tenho talvez 1% de esperança. O que quer que tenha sido, deu-lhes uma chance muito pequena de sobrevivência. Mas eles estarão inválidos pelo resto de suas vidas”, afirmou em entrevista à emissora BBC.
A sobrinha do ex-espião afirmou também que a mãe de Sergei Skripal não foi informada sobre o incidente. “A prioridade era proteger nossa avó para que ela não ouvisse ou descobrisse qualquer coisa”, disse.
O Reino Unido considera o Kremlin responsável pelo envenenamento de Skripal e sua filha, Yulia, com uma substância química de uso militar desenvolvida pela ex-União Soviética e de utilização proibida, a qual ataca o sistema nervoso central ao ser absorvida pela pele.
Skripal e Yulia seguem em estado crítico. Uma terceira pessoa, um policial britânico que entrou em contato com a substância, também foi hospitalizada com menor grau de envenenamento e já foi liberado do hospital.
Na semana passada, líderes da UE respaldaram a posição britânica dizendo ser “altamente provável” que o Estado russo esteja por trás do envenenamento. Desde segunda-feira, 28 países decidiram expulsar mais de 140 diplomatas russos no total pelo escândalo Skripal.
As expulsões anunciadas por cada país até o momento:
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Europa
– Dezenove países da União Europeia (em azul no mapa acima) expulsaram 59 diplomatas russos: o Reino Unido expulsou 23 diplomatas russos; Alemanha, França e Polônia expulsaram quatro diplomatas cada; Lituânia e República Tcheca expulsaram três cada; dois diplomatas russos foram expulsos na Dinamarca, na Espanha, na Holanda, na Itália e na Romênia; e, por fim, Bélgica, Croácia, Estônia, Finlândia, Hungria, Irlanda, Letônia e Suécia expulsaram um russo cada.
– Outros seis países europeus expulsaram mais 21 diplomatas russos: Ucrânia (13 expulsos), Moldávia (3), Albânia (2), Macedônia (1), Montenegro (1) e Noruega (1).
Diversos países da União Europeia informaram que ainda pretendem expulsar outros diplomatas enviados por Moscou, enquanto o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, falou que “não foram excluídas medidas adicionais” no âmbito da União nos próximos dias.
América do Norte
– O Canadá anunciou a expulsão de quatro diplomatas russos.
– Os Estados Unidos irão expulsar 60 diplomatas da Rússia: como retaliação ao ataque contra Skripal, os americanos estão expulsando 48 diplomatas da Embaixada russa em Washington e 12 diplomatas da Missão da Rússia junto às Nações Unidas (ONU) em Nova York. Além disso, os americanos anunciaram o fechamento do Consulado-Geral da Rússia em Seattle, no noroeste do país, devido a sua proximidade à base da Boeing (que, além de aviões, produz equipamento militar) e de uma base de submarinos. Washington acusa os oficiais expulsos de terem realizado tarefas de inteligência sob o manto da imunidade diplomática.
Oceania
– A Austrália anunciou a expulsão de dois diplomatas russos.
Otan
– A Aliança do Atlântico Norte (Otan) decidiu expulsar sete diplomatas russos e negar credencial a outros três.