O Ministério de Saúde da Palestina afirmou nesta quarta-feira, 22, que soldados israelenses mataram dez palestinos em uma operação na cidade ocupada de Nablus, na Cisjordânia, enquanto cerca de 80 outras pessoas foram baleadas e ficaram feridas.
Segundo o ministério, os mortos “pela agressão da ocupação a Nablus” tinham entre 23 e 72 anos. Os feridos foram levados para vários hospitais, e pelo menos 50 pessoas foram internadas com ferimentos de bala.
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O exército israelense confirmou que suas forças fizeram uma operação na cidade do norte da Cisjordânia, mas não forneceu mais detalhes.
De acordo com a agência de notícias AFP, as forças de Israel dispararam gás lacrimogêneo contra palestinos, que, por sua vez, queimaram pneus e atiraram pedras em veículos militares. Os soldados, então, saíram da cidade depois de três horas.
A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino informou que seus médicos trataram 45 ferimentos a bala e 250 casos de inalação de gás lacrimogêneo.
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O último grande ataque israelense a Nablus resultou na morte de cinco palestinos, quando soldados atacaram um grupo militante local, chamado Lions’ Den. Em uma mensagem no Telegram nesta quarta-feira, o grupo disse que seus combatentes estavam envolvidos em uma “batalha de honra” contra as forças de Israel.
A mais recente incursão na Palestina ocorre após um apelo do enviado de paz das Nações Unidas para o Oriente Médio, Tor Wennesland, para que a violência seja interrompida como uma “prioridade urgente”.
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“Vimos sinais ameaçadores do que nos espera se falharmos em lidar com a instabilidade atual”, disse ele ao Conselho de Segurança das Nações Unidas na segunda-feira 20.
Desde o início deste ano, o conflito entre Israel e Palestina já custou a vida de 55 palestinos, entre adultos e crianças, incluindo militantes e civis. Nove civis israelenses, sendo três deles crianças, um ucraniano e um policial de Israel foram mortos no mesmo período, de acordo com uma contagem da agência AFP, baseada em fontes oficiais de ambos os lados.