O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, disse nesta sexta-feira, 1º, que a possibilidade de a guerra na Ucrânia se espalhar para outros países da Europa é grande.
“É claro que é uma possibilidade. E é justamente por esse motivo que nós devemos apoiar a Ucrânia neste momento”, disse ele em entrevista à rede CNN.
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Haavisto disse ainda que existem chances claras de os ucranianos vencerem a guerra pelo fato de eles estarem muito unidos, ressaltando que o moral do Exército do país é maior neste momento que o dos russos.
Para o ministro, não havia outra escolha a não ser abrir mão da neutralidade, à medida que a Rússia se torna cada vez mais uma ameaça à segurança. De acordo com ele, há uma nova cortina de ferro separando os russos do restante da Europa, uma vez que a “arquitetura de segurança europeia foi quebrada após o início do conflito”.
“Há preocupações com as conversas soltas sobre armas nucleares e armas químicas. A invasão da Ucrânia mudou toda a atmosfera de segurança do planeta”, disse ele, temendo que possa se instaurar uma nova crise dos mísseis semelhante à cubana, durante a Guerra Fria.
Esse, inclusive, é um dos motivos principais para a adesão da Finlândia à Otan, ele afirma. Embora tenha um forte exército tradicional, não há como o país se defender sozinho de ameaças por “armas não convencionais”.
A Finlândia e a Suécia deixaram de lado a neutralidade histórica e decidiram se juntar oficialmente à Otan devido a temores de um possível ataque russo. Para os finlandeses, a preocupação é ainda maior, uma vez que compartilham mais de 1 300 quilômetros de fronteira com a Rússia.
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No entanto, a adesão sofria resistência da Turquia devido a questões envolvendo grupos curdos, que pedia garantias satisfatórias de que as nações estariam dispostas a abordar o que considera apoio aos grupos curdos que são designados como organizações terroristas pelo país.
Na última terça-feira, 28, durante a Cúpula de Madri, líderes dos três países chegaram a uma solução e o governo turco anunciou que iria aprovar a entrada de Finlândia e Suécia na Aliança, com o pedido formal sendo feito já na quarta-feira 29.