Faixa de Gaza: Hamas diz que aguarda resposta de Israel sobre cessar-fogo
Conflito no Oriente Médio completa nove meses neste domingo com mais de 38 mil palestinos mortos em ofensiva israelense
Dois oficiais do Hamas afirmaram neste domingo, 7, que o grupo palestino ainda não recebeu uma resposta oficial de Israel sobre a proposta de cessar-fogo para a guerra em andamento na Faixa de Gaza. A informação é da agência internacional de notícias Reuters.
“Informamos a nossa posição aos mediadores e estamos aguardando a resposta da ocupação”, afirmaram os representantes do grupo árabe, em referência às delegações diplomáticas do Egito e do Qatar que estão intermediando as negociações entre Hamas e Israel para uma trégua nas hostilidades.
Ao longo da semana, o Hamas sinalizou o apoio a uma proposta elaborada pelos Estados Unidos para encerrar definitivamente o confronto. A organização concordou com a fase inicial do plano, que envolve a libertação de cerca de 120 reféns israelenses e um prazo de seis semanas para a negociação de um cessar-fogo permanente.
Posição de Israel é incerta
Como parte do acordo sugerido pelo governo de Joe Biden, o Hamas retirou da mesa uma exigência de que Israel se comprometesse, em definitivo, com uma interrupção permanente dos ataques antes da assinatura de qualquer acordo. A mudança de postura foi considerada pelos mediadores egípcios e qataris um avanço rumo à paz na região de Gaza.
Ainda assim, de acordo com a Reuters, a administração israelense do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, não manifestou a intenção de aceitar a proposta. “Continuam existindo lacunas entre os dois lados”, afirmou, em comunicado, o governo de Tel Aviv.
Neste domingo, o confronto na Faixa de Gaza completa nove meses de duração — o estopim ocorreu no último 7 de outubro, quando o Hamas deflagrou uma ampla operação militar contra o sul de Israel que, segundo o governo Netanyahu, deixou cerca de 1.200 mortos e capturou 250 reféns.
Desde então, a contra-ofensiva israelense devastou os territórios palestinos e já causou mais de 38 mil mortes na Faixa de Gaza, entre integrantes do Hamas e civis, incluindo mulheres, idosos e crianças. Os bombardeios forçaram o deslocamento de mais de 1 milhão de cidadãos à região de Rafah, no sul de Gaza, que também foi alvo dos mísseis das Forças de Defesa de Israel, mesmo após Tel Aviv alegar publicamente que não atacaria a cidade.