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Família culpa fumaça de incêndios por morte de adolescente na Austrália

Autópsia de Courtney Partridge, de 19 anos, mostra que a jovem sofreu com hiperextensão pulmonar antes de falecer

Por Vinícius Novelli
16 jan 2020, 10h40
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  • Uma família australiana culpou a fumaça causada pelos incêndios florestais pela morte da adolescente Courtney Partridge, de 19 anos. Segundo os familiares, Partridge morreu enquanto dormia, devido a um ataque severo de asma.

    O corpo da jovem foi encontrado em seu quarto na manhã de 29 de novembro. Ela morava na cidade de Glen Innes, em Nova Gales do Sul – um dos estados mais afetados pelos incêndios florestais. A família de Partridge diz que ela era diagnosticada com asma desde criança, mas a doença não era severa. Ao lado de seu corpo sobre a cama, havia um inalador; e em sua mão, seu celular estava com a lanterna acessa.

    “Ela foi encontrada com a lanterna de seu celular ligada, como se estivesse procurando algo”, disse sua irmã, Cherylleigh, à emissora de televisão britânica BBC.

    A família foi pega de surpresa, pois a doença de Partridge não parecia severa. Ao site de notícias 7NEWS, a família agradeceu o apoio recebido e “as manifestações de amor de outras pessoas tragicamente afetadas por asma e doenças causadas pelo fumo”.

    Uma autópsia preliminar deu como “indefinida” a causa da morte, mas o resultado do exame mostrou que Partridge sofreu com “hiperexpansão pulmonar”, segundo sua irmã. A família acredita que a condição ocorreu devido a poluição gerada pelos incêndios florestais, que assolam o país desde meados de setembro de 2019.

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    Glen Innes, localizada no meio das labaredas, havia registrado duas mortes relacionados ao incêndio antes de Partridge. Em pouco menos de seis meses, 29 pessoas morreram. Estimativas apontam que a biodiversidade do país foi altamente afetada. Alguns cientistas preveem que cerca de meio bilhão a um bilhão de animais – mamíferos, répteis e pássaros – pereceram. 

    Nova gales do Sul e o estado de Victoria se encontram em situação de emergência, e milhares de moradores tiveram que fugir de suas casas. O céu desses municípios estão avermelhados.

    Uma casa em Nova Gales do Sul liberou a torneira do jardim para aqueles que tiveram que fugir de suas casas, enquanto outros levam comidas e bebidas frescas para os brigadistas voluntários que lutam contra as chamas. Os animais, majoritariamente coalas e cangurus, também são socorridos por voluntários que arriscaram suas vidas na mata em brasa.

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    Enquanto o céu se avermelha e Sydney, a maior cidade australiana, escurece às 15h, o governo federal é taxado como ineficaz na resposta aos incêndios. O primeiro-ministro, Scott Morison, tenta diminuir a gravidade da situação – que já devastou mais de 10 milhões de hectares de floresta.

    Mas erros na comunicação e sua viagem de férias ao Hawaii (enquanto dois brigadistas perdiam suas vidas), além da tentativa de distanciar a industria de mais de 150 anos de mineração de carvão da mudança climática que ocorre no país, não ajudam na popularidade do primeiro-ministro. Protestos pelas ruas das principais cidades pedindo por sua renuncia atraíram milhares de pessoas na sexta-feira 10.

    A densa fumaça não se limita à Austrália. Alpinistas na Nova Zelândia se depararam com uma cena bizarra ao acordarem numa manhã em uma geleira no sul do país. O cume das montanhas de gelo não estava com o branco habitual, mas pintadas de marrom.

    Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), mostrou que as cinzas australianas pousaram em solo chileno, argentino e brasileiro, enquanto em outro relatório, a ONU mostrou que a última década foi a mais quente da história. A Austrália sempre sofreu com incêndios florestais, mas com a iminência de temperaturas médias cada vez mais altas, o períodos de queimadas começarão cada vez mais cedo e se prolongarão por mais tempo.

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