Em boletim, a polícia federal dos Estados Unidos, o FBI, alertou seus agentes sobre a possibilidade de “protestos armados” em todo o país a partir do próximo sábado, 16, contra os resultados das eleições e a posse do presidente eleito, Joe Biden, além da ameaça de uma nova tentativa de ataque contra o Capitólio.
“Estão sendo preparados protestos armados nas capitais de todos os 50 estados de 16 a 20 de janeiro, assim como no Capitólio (em Washington) de 17 a 20 de janeiro”, diz o boletim do FBI, o qual a emissora americana ABC teve acesso.
O boletim detalha que foram recebidas “informações sobre um grupo armado não identificado que pretende viajar para Washington em 16 de janeiro, e que se o Congresso tentar destituir o presidente Donald Trump através da 25ª Emenda à Constituição, ocorrerá uma grande revolta”.
A 25° emenda da Constituição prevê que o vice-presidente junto dos principais membros do gabinete poderiam remover o presidente em exercício se considerá-lo inapto a governar. Nesta quarta-feira, a Câmara dos Deputados votará uma resolução que, se aprovada, será feito o pedido a Mike Pence para que o dispositivo legal seja evocado. Caso Pence se recuse, a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, irá instaurar o segundo ao processo de impeachment contra Trump.
A oposição considera que Trump teve um papel crucial em um ataque que colocou em risco a vida do vice-presidente, membros do Congresso e milhares de funcionários que trabalhavam no Capitólio, além de ter interrompido o processo democrático da certificação da vitória do presidente eleito Joe Biden.
Mais de 210 democratas já aderiram à acusação que dá base ao impeachment, quase a maioria da Câmara. Embora os líderes do Partido Republicano se oponham ao processo, vários de seus membros consideram votar a favor do impeachment, segundo o jornal americano The New York Times.
A circular foi publicada em meio aos preparativos para a posse de Biden no dia 20 de janeiro e uma semana após uma turba de apoiadores de Trump incitados pelo presidente terem invadido o Capitólio e interromper uma sessão conjunta dos deputados e senadores para certificar a eleição de novembro. Ao menos quatro pessoas morreram. Um policial não resistiu aos ferimentos causados pelos manifestantes e morreu no hospital.