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Filipinas acusam China de colidir ‘intencionalmente’ com seus barcos

O caso ocorreu em uma área de disputa no Mar da China Meridional e contribuiu para o deterioramento dos laços diplomáticos entre os países

Por Da Redação
23 out 2023, 15h55
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  • As Filipinas, nesta segunda-feira, 23, acusaram navios da guarda costeira chinesa de colidirem “intencionalmente” com suas embarcações em uma região disputada do Mar da China Meridional. O caso ocorre em um momento em que as relações entre o aliado dos Estados Unidos no Sudeste Asiático e Pequim se deterioram.

    O incidente ocorreu no domingo 22 e foi o mais grave até agora nas águas ao redor do disputado banco de areia Second Thomas, embora ninguém tenha ficado ferido. Ambos os lados trocaram acusações. A China disse que os barcos filipinos “bateram perigosamente” nos navios da guarda costeira e nos “navios pesqueiros chineses” que pescavam na área.

    A embaixada chinesa em Manila alegou ter apresentado repreensões severas às Filipinas sobre o que chamou de “invasão”. Pequim também apelou para o governo das Filipinas parar de “causar problemas e provocações” no mar e evitar manchar a reputação chinesa com “ataques infundados”.

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    Os Estados Unidos reiteraram o apoio a Manila após o incidente, chamando as manobras marítimas de Pequim de “perigosas e ilegais”.

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    O secretário de Defesa das Filipinas, Gilberto Teodoro, disse que convocou o embaixador chinês, Huang Xilian, para “condenar o ato imprudente e ilegal do governo chinês” e reconheceu “o apoio dos nossos aliados e nações com ideias semelhantes, como os Estados Unidos, o Japão, a Austrália, a Alemanha, o Canadá, os Países Baixos, o Reino Unido e a União Europeia, na condenação da agressão e das ações expansionistas da China”.

    Desde 2022, quando o presidente Ferdinand Marcos Jr. chegou ao poder, as Filipinas se aproximaram mais do seu aliado tradicional, os Estados Unidos, ao mesmo tempo ampliaram as críticas ao comportamento agressivo da China. Ao todo, a atual administração já realizou 122 protestos diplomáticos contra Pequim, casos que incluem tentativas de bloquear missões de reabastecimento nas Filipinas no mar do sul da China.

    Porém, segundo as autoridades filipinas, essa é a primeira vez que os militares chineses recorrem a uma colisão.

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    As missões de reabastecimento têm objetivo de fornecer suprimentos a soldados filipinos que vivem a bordo de um velho navio de guerra que encalhou deliberadamente no Second Thomas Shoal em 1999, para criar uma base naval. O banco de areia desabitado, conhecido em Manila como Ayungin e na China como Renai Reef, está dentro da zona econômica exclusiva de 200 milhas náuticas das Filipinas – e estrategicamente localizado em uma das rotas comerciais mais movimentadas do mundo.

    A China descreveu as ações tomadas por seus navios da guarda costeira no último domingo como “profissionais e contidas” e disse que os navios filipinos “invadiram as águas de Renai”. O secretário de Defesa das Filipinas, por sua vez, disse que “a China não tem jurisdição, autoridade ou direito de conduzir quaisquer operações” na zona econômica exclusiva de seu país.

    O Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia concluiu em 2016 que a reivindicação expansiva de Pequim sobre o Mar da China Meridional era infundada. A China afirma que não aceita qualquer reclamação ou ação baseada na decisão.

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