O governo da Finlândia, que atualmente detém a presidência rotativa da União Europeia, pediu nesta sexta-feira, 23, que os países do bloco avaliem a possibilidade de banir a importação de carne bovina do Brasil por causa da devastação causada pelas queimadas na Amazônia.
“O ministro das Finanças, Mika Lintila, condena a destruição da Floresta Amazônica e sugere que a União Europeia e a Finlândia devam considerar urgentemente a possibilidade de banir a importação de carne bovina brasileira”, informou o Ministério das Finanças em um comunicado.
A exportação de carne bovina brasileira para o bloco europeu e 2018 foi de 544,3 milhões de dólares em 2018, segundo dados do Ministério da Economia.
O anúncio vem em meio aos incêndios na floresta amazônica há duas semanas e que alcançaram repercussão internacional nos últimos dias. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espacial (Inpe), houve aumento de 82% no número de queimadas na região amazônicas entre julho e meados de de agosto. Foram constatados 72.843 focos de incêndio.
A área desmatada da Amazônia brasileira em junho, segundo o Inpe, totalizou de 2.254,8 km², o equivalente a mais de um terço de todo o volume desmatado nos últimos 12 meses.
Além do anúncio do governo finlandês, a França e a Irlanda se colocaram contra o acordo entre União Europeia e Mercosul firmado em julho deste ano até que o governo brasileiro proteja a Amazônia das queimadas e do desmatamento. Firmado em julho, o acordo terá de ser ratificado pelos legislativos dos 31 países envolvidos antes de ser adotado.
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, “mentiu” e que irá levar o tema para ser discutido na reunião de líderes do G7, neste fim de semana no balneário francês de Biarritz.
Macron justificou a posição da França quanto ao governo brasileiro culpando a “inércia de Jair Bolsonaro diante da mudança climática, incluindo incêndios”.
Durante o discurso de Macron na manhã desta sexta-feira, um assessor do governo francês disse que “no âmbito do G7, já existe uma mobilização de diplomatas e assessores para decidir sobre iniciativas concretas para a Amazônia, que poderão se materializar”.
(Com Reuters e AFP)