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Foco da guerra se desloca em direção a Mariupol, diz ministra ucraniana

Combates mais intensos deixam Bakhmut, no leste, e passam a ter mais força em cidades costeiras, segundo vice-ministra da Defesa

Por Da Redação
16 jun 2023, 19h21

A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, afirmou nesta sexta-feira, 16, ao jornal britânico The Guardian que o centro dos combates ucranianos mudou para duas cidades costeiras, Berdiansk e Mariupol, local no qual a contraofensiva está lentamente repelindo as forças russas com tanques britânicos Challenger 2. Segundo Maliar, os combates mais ativos não estão mais em Bakhmut, região leste de Donetsk.

“Se na primeira semana o epicentro era o leste, agora vemos que os combates estão se movendo para o sul e agora vemos que as áreas mais ativas são Berdiansk e Mariupol”, disse. “No leste, o inimigo convocou todas as forças para deter nossa ofensiva. E eles estão reunindo forças lá para nos parar. No sul, eles não têm muito sucesso”. 

A vice-ministra também comentou que há um progresso no ataque em “todas as direções sul”. De acordo com ela, em Bakhmut, os russos tiveram baixas nove vezes maiores que os ucranianos. Já na direção sul, os russos “morreram 5 vezes mais”. 

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O movimento em direção a Mariupol, cidade conhecida pela devastação que sofreu nos primeiros meses da invasão russa, ainda é gradual e as forças que estão na frente estão sendo empurradas para trás em cerca de um quilômetro. Os números específicos de perdas sofridas por ambos os lados ainda são confidenciais. 

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Em março, o Reino Unido enviou 14 tanques Challenger 2 ao Exército ucraniano. Ao mesmo tempo, a Alemanha doou tanques alemães Leopard e os Estados Unidos enviaram os blindados Bradley. Os veículos fortificados foram responsáveis por equipar nove brigadas mecanizadas para a contraofensiva, lançada há duas semanas.  

Maliar também rejeitou as alegações do presidente russo, Vladimir Putin, de que grande parte do armamento doado pelo Ocidente havia sido destruído.

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O presidente da Rússia também sugeriu, sem nenhuma evidência que comprovasse, que, nesta sexta-feira, as perdas da Ucrânia foram 10 vezes maiores do que as sofridas pela Rússia. O Ministério da Defesa russo afirmou que suas forças mataram cerca de 500 soldados ucranianos e destruíram cinco tanques em Donetsk nas últimas 24 horas.

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Putin argumentou que a Ucrânia logo estaria sem equipamentos fabricados no país, dependendo então apenas de doações de aliados. Além disso, o presidente russo reiterou o objetivo de “desnazificar a Ucrânia”, uma das justificativas usadas para a invasão iniciada em fevereiro do ano passado, acrescentando que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “não era um judeu de verdade”. 

“Tenho muitos amigos judeus”, disse Putin em um fórum econômico anual em São Petersburgo. “Dizem que Zelensky não é judeu, que é uma vergonha para o povo judeu. Eu não estou brincando.”

Nesta sexta-feira, enquanto o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, juntou-se a um grupo de líderes africanos na capital da Ucrânia em uma missão de paz, Kiev voltou a ser atacada por mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos. A força aérea ucraniana informou ter derrubado seis mísseis de cruzeiro russos Kalibr, seis mísseis balísticos hipersônicos Kinzhal e dois drones de reconhecimento.

Em uma reunião de ministros da Defesa da Organização do Atlântico do Norte (Otan), o alemão Boris Pistorius afirmou que a Alemanha vai entregar 64 mísseis Patriot à Ucrânia para ajudar a protegê-la contra os ataques aéreos da Rússia.

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