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‘Fora nazistas’: protestos contra sigla de extrema direita varrem Alemanha

Milhares de alemães pedem pelo banimento do partido Alemanha pela Diferença (AfD) após semelhança com projeto de Hitler

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h20 - Publicado em 17 jan 2024, 11h12

Milhares de alemães voltaram às ruas da nesta quarta-feira, 17, no sétimo dia de protestos contra o partido de ultradireita Alternativa para Alemanha (AfD). O movimento nasceu na última quarta-feira 10, quando o jornal local Correctiv revelou um “plano secreto” da sigla para deportar imigrantes a “um Estado modelo no norte da África“, o que, para os manifestantes, se assemelha ao antigo projeto de Adolf Hitler para banir judeus para Madagascar.

Em resposta ao escândalo, a líder da AfD, Alice Weidel, demitiu um assessor que participou da reunião que discutiu a proposta de “reimigração”, como tem sido chamada na Alemanha. Além disso, Weidel acusou a reportagem da Correctiv de deturpar as intenções da legenda e disse que pretende esgotar todos os meios legais para prevenir a imigração ilegal, deportar supostos terroristas e barrar a obtenção de nacionalidade alemã.

“Quem tem cidadania alemã pertence sem dúvida à nação alemã”, defendeu, durante coletiva de imprensa. “E é precisamente por isso que a cidadania alemã não pode ser vendida barata e distribuída a bel prazer.”

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‘Nazistas não, obrigado’

Nem as temperaturas congelantes foram capazes de manter os alemães dentro de suas casas. Em Berlim, na última sexta-feira, manifestantes saíram às ruas com cartazes onde lia-se: “Nazistas não, obrigado”; “Parece que estamos em 1933, proibição da AfD agora!”; e “Investigar a proibição do AfD”.

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Espalhados pelo país, os protestos contaram, inclusive, com a participação do chanceler alemão, Olaf Scholz, que instou seus colegas social-democratas a se posicionarem contra os “fanáticos”. A ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, também juntou-se aos manifestantes. Mais atos estão previstas para esta quarta-feira, 17, em Berlim, na capital alemã.

A proposta anti-imigração colocou o chefe da Espionagem Interna da Alemanha, Thomas Haldenwang em alerta máximo para possíveis ações de movimentos extremistas ligados à ultradiretia. Ele também apelou à “maioria silenciosa” para “despertar”, incentivando os cidadãos alemães a se posicionarem abertamente contra os planos da AfD.

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Futuro da AfD

A sigla, antes relegada às margens da política, ocupa hoje o segundo lugar nos levantamentos nacionais e lidera pesquisas de intenção de voto de três eleições regionais. Apesar de sua popularidade em disparada, a AfD não foi bem sucedida em formar coalizações com partidos nacionais, que se recusam a trabalhar lado a lado com a extrema direita. Portanto, não é capaz de formar governos viáveis.

O apoio aos radicais disparou em meio ao descontentamento com a atual administração em uma gama de questões, incluindo a guerra na Ucrânia e a sobrecarga dos serviços públicos, provocada pela imigração. A recessão e a instabilidade inflacionária tornaram o governo Scholz um dos mais impopulares da história moderna do país, onde 78% dos alemães estão insatisfeitos com a atual gestão.

Devido ao avanço da AfD, políticos discutem a possibilidade de apelar ao tribunal constitucional para proibir o partido. No entanto, a medida pode sair pela culatra ao transformá-lo em uma espécie de mártir, uma vítima de perseguição do sistema.

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