Imagens de satélite mostram que a Coreia do Norte aparentemente começou a desmantelar seu centro de testes nucleares. Trata-se de uma promessa feita pelo líder Kim Jong-un durante a reunião de cúpula intercoreana, em 17 de abril. As imagens foram analisadas e publicadas pelo site especializado 38North.
Tiradas no dia 7 deste mês, as fotos são “as primeiras provas indiscutíveis” de que o desmantelamento do centro de testes nucleares de Punggye-ri (nordeste do país) está “muito avançado”, explicaram analistas do site. Vários “edifícios-chave” no nível operacional foram “demolidos desde a análise anterior”, realizados com fotografias do local captadas por satélite no dia 20 de abril.
Alguns dos trilhos e carros da mina utilizados para escavar os túneis do complexo começaram a ser desmontados, assim como algumas pequenas construções secundárias.
A Coreia do Norte disse que encerrará Punggye-ri publicamente, com a presença de analistas e da imprensa, em um ato previsto entre os dias 23 e 25 deste mês. Deverá demolir os túneis com explosões, bloqueará as entradas e eliminará todas os postos de guarda e instalações de observação e pesquisa.
Na reunião dos líderes das duas Coreias, em 27 de abril, Pyongyang prometeu trabalhar para a “desnuclearização total” da península. Anteriormente, já havia anunciado a paralisação dos testes de armas atômicas.
O desmonte das instalações nucleares da Coreia do Norte antecede a histórica reunião entre o líder norte-coreano e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Singapura no dia 12 de junho. Ambos tratarão do possível fim do programa nuclear norte-coreano.
Pyongyang realizou seis testes nucleares subterrâneos em Punggye-ri, incluindo o último e mais potente, em setembro do ano passado.
Apesar do compromisso da Coreia do Norte, muitos analistas demonstram dúvidas e relembram 2008, quando Pyongyang derrubou publicamente parte de sua fábrica de reprocessamento de urânio, para depois desenvolver seu programa nuclear.
Reunião de alto nível
O Ministério da Unificação da Coreia do Sul anunciou que os dois países concordaram em realizar na próxima quarta-feira uma reunião de alto nível na fronteira para avançar no cumprimento dos acordos alcançados na cúpula de abril.
O encontro acontecerá na zona da fronteira de Panmunjom e será o primeiro entre representantes dos dois países desde a reunião entre o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e Kim Jong-un.
Comunicado do ministério informa que a reunião servirá para criar “uma base para o desenvolvimento sustentável das relações intercoreanas e para o estabelecimento permanente da paz na península coreana”, com a adoção da “Declaração de Panmunjom”, como ficou conhecido o texto assinado por Moon e Kim.
Além de tentar alcançar a “desnuclearização total” da península, ambas as partes prometeram, após a cúpula, trabalhar para conseguir um tratado de paz que coloque fim ao confronto entre os dois vizinhos e reative as trocas e relações econômicas bilaterais.
Pyongyang enviará cinco representantes de alto nível: Ri Son-gwon e Pak Yong-il, presidente e vice-presidente do órgão que administra as relações intercoreanas; Kim Yun-hyok, vice-ministro do Transporte; Won Kil-u, vice-ministro da Cultura e Esportes; e Pak Myong-chol, vice-presidente do Comitê de Cooperação Econômica Nacional. A delegação será composta por 29 membros, incluindo jornalistas.
A Coreia do Sul enviará um grupo numericamente igual ou mais numeroso. Entre as autoridades estará o ministro da Unificação, Cho Myoung-gyon.
(Com EFE)