França exalta ‘herói da mochila’ por salvar crianças em ataque a faca
Henri d’Anselme usou suas mochilas pesadas para golpear um agressor que tentou matar crianças e pais em um parquinho nos Alpes da franceses
A mídia francesa comemorou, nesta sexta-feira, 9, a coragem de Henri d’Anselme, apelidado de “o herói da mochila” depois de salvar várias crianças em um ataque a faca nos Alpes da França.
Depois do massacre em um parquinho na cidade de Annecy, na quinta-feira 8, que deixou quatro crianças pequenas gravemente feridas, um vídeo de um homem que lutou contra o agressor – usando sua mochila – viralizou nas redes sociais.
Henri, que está no nono mês de viagem a pé para conhecer as catedrais da França, passou pelo lago de Annecy por acaso, onde crianças e seus pais e babás estavam aproveitando a manhã ensolarada. De repente, ele ouviu gritos e viu um homem com uma faca grande no parquinho.
O viajante conseguiu expulsar o agressor da área infantil, usando sua pesada mochila para se defender. Depois, também o perseguiu pelo parque. À emissora francesa BFM TV, Henri disse que foi movido por sua fé católica.
“Quando você sabe que é amado por Deus e que ele salvou nossas vidas, você pode agir sem pensar muito na sua vida para tentar salvar a das crianças”, afirmou.
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Vídeos do ataque que circulam nas redes sociais mostram Henri usando suas mochilas contra o agressor.
Attack in France on a childrens playground , WTF pic.twitter.com/heyjCrPuUw
— Market Bull-ion (@havikshorst) June 8, 2023
Graduado em filosofia e gestão internacional, o “herói da mochila” já percorreu mais de 1.300 km a pé ou de carona e visitou 24 catedrais, incluindo Arles, Avignon, Nîmes, Béziers, Agde e Grenoble, onde disse ao jornal local Le Dauphiné Libéré que era apaixonado pela herança religiosa da França.
Da sua parte, Henri rejeita o rótulo de “herói”. Ele disse que “tentou agir como todos os franceses deveriam agir, ou agiriam”.
“Ouço muitas pessoas me chamando de herói nacional, mas na verdade eu agi como qualquer francês teria feito. Acontece que eu estava lá, talvez devesse estar, mas qualquer um teria feito o que eu fiz. Todo mundo é capaz de fazer algo semelhante”, disse Henri.
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Mesmo assim, até o presidente francês, Emmanuel Macron, que visitou as vítimas do ataque e suas famílias em Annecy, também nesta sexta-feira, agradeceu o viajante por sua coragem.
“Você passou por momentos muito difíceis, traumatizantes”, disse Macron a Henri. “Estou muito orgulhoso de você.”
O herói aproveitou a deixa para pedir um convite para a reabertura de Notre Dame, em Paris, no ano que vem. A catedral passa por uma grade reforma desde que danificada por um incêndio em 2019.
“Vou cuidar disso pessoalmente”, respondeu o líder francês.
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Segundo Macron, as crianças em estado mais crítico – dois primos – foram estabilizadas e “os médicos estão muito confiantes”. Já um adulto gravemente ferido, que foi esfaqueado e atingido por um tiro acidental da polícia, está recuperando a consciência, enquanto o segundo adulto recebeu alta do hospital.
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A motivação do ataque ainda é desconhecida. O suspeito, um homem sírio que tem status de refugiado na Suécia e entrou em território francês legalmente, permanece sob custódia da polícia. De acordo com o porta-voz do governo, Olivier Veran, psiquiatras estão avaliando o suspeito, que ficou “incoerente” após o incidente.
Autoridades francesas disseram que o agressor teve asilo negado na França no último domingo 4, porque o governo sueco já havia concedido residência permanente e status de refugiado há uma década. A promotora francesa Line Bonnet-Mathis já adiantou, no entanto, que o ataque não parece estar relacionado a terrorismo.