A Argentina tornou-se na manhã desta sexta-feira, 23, o quarto país sul-americano afetado pela fumaça dos incêndios da Amazônia brasileira. O Serviço Meteorológico Nacional (SMN) do país vizinho detectou a presença da fumaça nas províncias de Formosa, Misiones e Salta, o que provocou a redução da visibilidade nessas localidades.
Segundo o SMN, a fumaça pode alcançar Buenos Aires, a capital argentina nos próximos dias. A fumaça proveniente da Amazônia brasileira se mistura à das queimadas registradas também na própria Argentina, Paraguai e Bolívia, explicou a meteorologista Cindy Fernández, da SMN, ao jornal Clarín.
“A fumaça vai se deslocar ao sul porque temos ventos vindos do norte. Além disso, o vento vai predominar no sábado, fazendo com que o ar do norte se dirija ao sul”, afirmou Fernández. “A fumaça pode tranquilamente chegar ao centro da Argentina. Desta sexta e sábado, já há chances, dependendo da intensidade do vento.”
As imagens de satélites do Earth Observing System Data and Information System (EOSDIS), na Nasa, confirma o avanço da fumaça ao sul do continente, assim como mostra os focos de incêndio em pontos vermelhos.
Fernández explicou ao Clarín que a fumaça poderá ser vista, em alguns momentos, como uma bruma ou névoa e no amanhecer e entardecer avermelhados. A meteorologista chamou a atenção para os problemas respiratórios que a fumaça pode causar.
A porta-voz do SMN, Mariela De Diego, afirmou ao jornal La Nación que a fumaça deve ser dispersada nos próximos dias pelos ventos.
Na noite de quinta-feira 22, o presidente argentino, Mauricio Macri, informou ter conversado com o colega brasileiro Jair Bolsonaro, e ofereceu a ajuda de seu país para o combate ao fogo. Macri se disse “alarmado e comovido” com as queimadas. “Os problemas que possam trazer a fumaça são os menores, dentro do que podemos esperar de perda da Amazônia”, ressaltou pelo Twitter.