O rastro de destruição do furacão Michael no sul e sudeste dos Estados Unidos soma-se à morte de seis pessoas. Gerado no Golfo do México, o fenômeno alcançou ontem o Estado da Flórida com o mais alto poder de destruição da escala Saffir-Simpson e avançou como tempestade tropical para a Georgia, o Alabama e as Carolinas do Norte e do Sul.
Na Flórida, o escritório do xerife do condado de Gadsden, relatou ter havido quatro mortes, segundo o jornal Washington Post. Gadsden foi uma região tocada diretamente pelo furacão na quarta-feira (10). Na Carolina do Norte, um homem de 38 anos morreu devido à queda de uma árvore sobre o veículo que dirigia, segundo autoridades do condado de Iredell.
No condado de Seminole, no Estado da Georgia, uma menina de 11 anos morreu ao ser atingida por uma porta de garagem de metal quando estava dentro do trailer onde morava. A placa metálica foi lançada contra o veículos pelo furacão.
O administrador da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema), William “Brock” Long, alertou que o total de mortes ainda pode subir, na medida em que avance o trabalho de buscas e resgate. Na Flórida, esta foi a principal tarefa ao longo desta quinta-feira.
A cidade de Mexico Beach, na Florida, foi totalmente devastada pelo furacão. De localidade de veraneio da classe média, o local tornou-se parecido a um cenário de guerra, com inúmeras casas e negócios destruídos. Em Panama City, outra região destruída, os dois principais hospitais tiveram de fechar as portas e remover seus pacientes por causa de danos na infraestrutura.
O governador da Flórida, Rick Scott qualificou como “inimaginável” o fenômeno, sobre o qual vinha fazendo alertas insistentes nos últimos dias. Mas, nesta manhã, falou que é momento é de um “esforço em massa” por terra, mar e ar para buscar e resgatar afetados antes de se começar a avaliação dos danos.
Candidato democrata ao governo de Flórida e atual prefeito de Tallahassee, Andrew Gillum, informou pelo Twitter que “cidades inteiras foram apagadas” da costa do estado e agora terão de encarar uma “longa recuperação”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou a Flórida como área de desastre maior, para agilizar a chegada de recursos e assistência do governo federal. Na Casa Branca, ele disse que o então furacão tinha sido “incrivelmente destrutivo e poderoso”, com ventos que alcançaram “quase 200 milhas por hora” (320 km/h).
O furacão tocou o solo na quarta-feira perto de Mexico Beach, na região de Panhandle, Flórida, com ventos de 250 km/h, acompanhados de chuvas intensas e de uma maré ciclônica que elevou o nível do mar em até 4,2 metros em algumas áreas. O furacão atemorizou até mesmo a equipe Louisiana Cajun Navy, de voluntários em regaste em tempestades.
“Este parece uma bomba lançada. É tão poderoso que meus companheiros tiveram de usar motosserras para cortar árvores caídas e entrar nos bairros. Este é mesmo ruim, e ninguém o viu chegando. Nós estávamos ainda nos recuperando do Florence”, afirmou Clyde Cain, que se autodenomina almirante do Louisiana Cajun Navy.
Images de satélite do National Hurricane Center mostram, neste final de tarde de quinta-feira (11), o furacão Michael no Estado da Carolina do Norte, o mais afetado pela passagem do Florence em setembro. Nessa área, os ventos alcançam 85 km/h.
A agora tempestade tropical já afeta o estado de Virgínia e a capital americana, Washington, e deverá seguir pelo Oceano Atlântico em direção nordeste.
O governador da Geórgia, Nathan Deal, pediu “paciência” aos residentes, pois as tarefas de limpeza das estradas e restauração do fornecimento de energia levará tempo. As equipes das companhias de energia ainda têm dificuldades para alcançar a maioria dos lugares em black-out. Mais de 800.000 imóveis na Flórida, Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Alabama, foram afetados, segundo o portal especializado Poweroutage.us.
(Com EFE)