G7 tenta persuadir Trump em debates sobre clima e comércio
No encontro de líderes, terrorismo, Rússia, clima também estão entre as prioridades
A abertura da cúpula do G7, nesta sexta-feira, inaugura dois dias de conversas tensas entre o presidente americano Donald Trump e líderes de outras seis nações entre as mais ricas do mundo, na cidade italiana de Taormina. Na reunião de poderosos da Inglaterra, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão, o republicano é o outsider: recentemente, criticou aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e repudiou políticas comerciais alemãs, além mostrar posições controversas sobre acordos econômicos e sanções à Rússia.
“Sem dúvida esta será a cúpula do G7 mais desafiadora em anos”, disse Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, antes do início do encontro. O foco dos debates estará em assuntos de urgência internacional, como o terrorismo, o conflito na Síria e questões comerciais – tema duro para falar com o presidente dos Estados Unidos, que insiste no discurso da “América em primeiro lugar”.
Outra discussão em alta e que promete desavenças é a questão climática. Trump é o mais cético entre os líderes em relação ao aquecimento global e a aplicação de formas de controle sobre as indústrias. O conselheiro econômico da Casa Branca, Gary Cohn, previu que os debates serão “robustos”, especialmente no momento em que o magnata avalia retirar os Estados Unidos do Acordo Climático de Paris, de 2015, defendido pelo resto do G7. Segundo Cohn, porém, o americano está “disposto a ouvir o que os líderes do G7 tem para dizer sobre o clima”.
A Rússia, membro do grupo entre 1997 e 2014,mas excluída por causa dos conflitos na anexação da Crimeia, também está no topo das prioridades. As ações de seu presidente, Vladimir Putin, na guerra na Síria e suas opiniões em relação a Coreia do Norte preocupam o resto dos líderes. Em abril, o assunto foi motivo para uma reunião extraordinária dos ministros das relações exteriores dos países do G7, que aventaram a possibilidade de novas sanções pelo apoio de Putin ao ditador Bashar Assad. Na ocasião, o grupo lançou um alerta, mas não oficializou medidas.
Os influentes membros do G7 representam quase 50% da economia global, por isso, é natural que suas visões sejam importantes no cenário internacional. Ainda assim, os líderes não tomam decisões mandatórias, pois se trata de uma aliança informal para facilitar o debate de ideias entre as potências. A reunião deste ano representa um novo momento na cúpula, já que quatro dos sete líderes presentes participam pela primeira vez do encontro: Trump, o francês Emmanuel Macron, o premiê italiano Paolo Gentiloni e a primeira-ministra inglesa Theresa May.