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Governador sul-coreano renuncia após acusação de estupro

Caso acaba com a carreira de Ahn Hee-jung, considerado uma das principais apostas para a próxima corrida à Presidência

Por AFP
6 mar 2018, 12h15
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  • Um ex-candidato presidencial da Coreia do Sul renunciou nesta terça-feira ao cargo de governador provincial e anunciou sua aposentadoria da política depois que uma assistente o acusou de vários estupros.

    O caso, que explodiu em meio à campanha #Metoo na Ásia, parece acabar com a carreira política de Ahn Hee-jung, um homem que, no ano passado, chegou a ser o segundo na corrida para a liderança do Partido Democrata – no poder – , atrás do vencedor Moon Jae-in, e considerado por alguns analistas como um de seus possíveis sucessores.

    É a personalidade mais importante da Coreia do Sul a ser arrastada pelo movimento contra os abusos sexuais, que, como no resto do mundo, fez sentir-se no país.

    Kim Ji-eun, que se tornou colaboradora de Ahn para assuntos civis depois de ter sido sua assistente pessoal, acusou-o de tê-la estuprado quatro vezes depois de ter sido contratada em junho.

    Segundo relatou ao canal de televisão JTBC, uma vez, quando ele a convocou ao seu escritório em 25 de fevereiro para pedir desculpas por ter lhe feito mal, mencionou o movimento #MeToo. “E então ele me estuprou novamente”, declarou, segurando o choro. A ex-assistente também acusou o político de ter cometido agressões sexuais contra outras mulheres.

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    “Ele sempre me disse para não expressar minhas opiniões e viver na sua sombra. Eu não podia dizer não, porque sabia o quão poderoso ele era”.

    Após essa entrevista, o Partido Democrata expulsou Ahn com efeito imediato. Poucas horas depois, o próprio político anunciou sua renúncia como governador da província de Chungcheong do Sul e também sua aposentadoria da vida pública.

    “Apresento minhas desculpas a todos, e especialmente à senhorita Kim Ji-eun”, escreveu no Facebook. “Peço-lhe que perdoe minhas estúpidas artimanhas, foi tudo culpa minha”.

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    Por sua parte, a assistente Kim explicou que escolheu revelar este caso porque temia por sua segurança pessoal. “Tenho medo de todas as mudanças que podem ocorrer na minha vida após essas revelações, mas tenho mais medo do governador Ahn Hee-jung”, admitiu.

    Ahn gozava até agora de uma grande popularidade entre a juventude de esquerda graças à imagem que transmitia de honestidade. O político, uma figura “jovem” na cena política da Coreia do Sul, também foi comparado ao ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

    A função de governador é considerada o melhor trampolim para uma candidatura presidencial na Coreia do Sul. Pouco antes das acusações da assistente, Ahn havia defendido publicamente a campanha #MeToo.

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