Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Governo de Hong Kong inicia tímido diálogo com manifestantes

Twitter afirma ter encontrado 936 contas chinesas com a função de propagar informações falsas sobre os protestos na ilha

Por Da Redação
Atualizado em 20 ago 2019, 19h59 - Publicado em 20 ago 2019, 18h09

De maneira pouco convincente, o governo de Hong Kong “estendeu uma ponte” aos manifestantes nesta terça-feira, 20, ao criar uma plataforma de diálogo com o objetivo de encerrar os protestos que ocorrem há 12 semanas no território, segundo a chefe do Executivo do território autônomo, Carrie Lam.

Embora não tenha dado mais detalhes, Lam afirmou que essa iniciativa dará às autoridades “uma base muito melhor para tratar algumas ansiedades e diferenças na sociedade”. A dificuldade, porém, está no fato de os movimentos não terem claras lideranças. São convocados diariamente pelas redes sociais, sem uma bandeira política – apenas os guarda-chuvas como símbolo. Lam, por sua vez, é claramente pró-Pequim.

“Queremos chegar à sociedade o mais rápido possível”, acrescentou a dirigente local, a quem os manifestantes exigem há semanas que renuncie e cuja popularidade, segundo uma pesquisa recente, está no ponto mais baixo registrado entre qualquer líder de Hong Kong desde que o território foi devolvido para a China.

Os protestos começaram em março contra a tramitação do projeto de lei de extradição que facilitaria a entrega de suspeitos a outras jurisdições, como a China continental, no Parlamento de Hong Kong. A população viu o texto como uma ferramenta de repressão e de perseguição aos opositores de Pequim. O projeto foi suspenso no início de junho.

No entanto, foi a partir de começo de junho que as manifestações começaram a atrair milhares de pessoas às  ruas todos os finais de semana, com protestos reprimidos violentamente pela polícia.

“Em nível político, a proposta (de lei de extradição) está morta. Não há planos de revivê-la, em particular levando em conta as preocupações públicas”, reiterou hoje mais uma vez Lam. O projeto já havia sido arquivado em julho. Mesmo assim, os manifestantes não se contentaram e passaram a exigir que a lei seja retirada de forma definitiva do Parlamento.

Continua após a publicidade

Essa proposta foi apresentada nesta terça-feira pelo chefe do órgão de supervisão policial de Hong Kong, Anthony Neoh, com o objetivo de tentar aplacar os ânimos dos manifestantes. Em entrevista ao jornal de Hong Kong “South China Morning Post”, Neoh, diretor do Conselho Independente de Reivindicações Policiais (CIRP), opinou que o projeto de lei “só está morto na cabeça do governo, porque decidiu não revivê-lo. Essa não é a forma de retirar a legislação”.

Outra reivindicação dos manifestantes é o estabelecimento de uma comissão de investigação independente sobre a brutalidade policial na dispersão dos protestos, o que Lam se negou, alegando que o órgão dirigido por Neoh é o responsável por isso.

Os protestos de Hong Kong receberam apoio, embora minoritário, de Macau, onde sete pessoas foram detidas na segunda-feira 19 após participarem de uma vigília de apoio às manifestações em Hong Kong não autorizada pelas forças de segurança.

Propaganda chinesa

Na segunda-feira, o Twitter denunciou ter encontrado 936 contas com origem na China que tinham a função de deslegitimar os protestos em Hong Kong valendo-se de informação falsa e comentários provocativos.

Continua após a publicidade

“Temos provas certeiras de que isso é uma operação com apoio estatal. Especificamente, identificamos grandes grupos de contas que se comportam de forma coordenada para amplificar as mensagens relacionadas com os protestos em Hong Kong”, indicou a empresa, que baniu as contas.

Apesar de as manifestações terem começado somente como protesto diante do projeto de lei de extradição, elas se transformaram em um movimento que reivindica a melhoria dos mecanismos democráticos da cidade e, definitivamente, a oposição ao autoritarismo chinês.

Pequim assegura que, por trás dos protestos, existe uma “mão negra” e aponta com frequência para os Estados Unidos como responsável.

Sob a fórmula “um país, dois sistemas”, o governo chinês se comprometeu a manter a autonomia de Hong Kong e a respeitar uma série de liberdades individuais até 2047, após ter recuperado a soberania do território de mãos britânicas em 1997.

(Com EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.