Governo de Maduro decreta que Guaidó não poderá exercer cargos por 15 anos
Líder da Assembleia Nacional, Guaidó se autoproclamou presidente do país e tenta tomar o poder de Maduro, cuja eleição teria sido fraudulenta
O governo da Venezuela declarou nesta quinta-feira que o líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido pelos Estados Unidos e outros países como presidente do país, não poderá exercer cargos públicos durante 15 anos, em retaliação a seu enfrentamento a Nicolás Maduro.
Guaidó pediu novos protestos contra Maduro no sábado, na esteira de um blecaute que deixou o país sem energia durante dias nesta semana.
Cidades de toda a Venezuela voltaram a ter eletricidade nesta quinta-feira depois do segundo grande blecaute em menos de um mês. Na noite de quarta-feira, Maduro atribuiu a pane a um “ataque terrorista” na hidrelétrica de Guri, que fornece eletricidade para a maior parte do país.
Guaidó, líder da Assembleia Nacional controlada pela oposição, quer tomar o poder de Maduro e de seu Partido Socialista. Ele invocou a Constituição para se autoproclamou presidente interino do país, argumentando que a reeleição de Maduro em 2018 foi fraudulenta.
A maioria das nações sul-americanas e ocidentais reconheceram Guaidó como o líder legítimo da Venezuela, enquanto Maduro o classifica como uma marionete dos EUA que tenta afastá-lo com um golpe.
Em fevereiro, o controlador-geral da Venezuela, Elvis Amoroso, iniciou uma auditoria sobre Guaidó porque ele supostamente mentiu a respeito de suas finanças pessoais e recebeu recursos de fontes não autorizadas.
Em um pronunciamento feito na televisão estatal nesta quinta-feira, Amoroso disse que Guaidó não explicou a origem de recursos que usou para pagar viagens ao exterior que fez desde que entrou na Assembleia.
Amoroso disse que seu escritório decidiu banir Guaidó da vida pública por até 15 anos, o máximo para servidores públicos que cometem irregularidades.
Em um comício, Guaidó questionou a validade do papel de Amoroso. “O único organismo que pode indicar um controlador é o Parlamento legítimo”, disse.
(Com Reuters)