O governo deverá determinar à Força Aérea Brasileira (FAB) o resgate dos brasileiros presos em países que proibiram o ingresso e a saída de pessoas pelas suas fronteiras, como o Peru, onde há mais de 3.770 turistas ansiosos por regressar. Diante das diferentes medidas adotadas pelas nações para evitar a propagação do Covid-19, doença provocada pelo coronavírus, o Ministério das Relações Exteriores estuda caso a caso. Mas já definiu como prioridade a repatriação dos turistas.
Em uma segunda fase, o Itamaraty tratará dos residentes que quiserem voltar. O ministério montou uma força-tarefa para mapear os brasileiros retidos no exterior e para buscar as soluções possíveis.
Entre esses casos, preocupa o ministério a situação de cerca de 200 turistas brasileiros no Marrocos, onde os hotéis serão fechados até o fim de semana por determinação do governo. A companhia aérea Royal Maroc, pela qual a maioria fez a viagem, suspendeu seus voos desde 5 de março.
No Peru, onde há 145 casos de contaminação pelo coronavírus, o embaixador Rodrigo Baena Soares conseguiu na terça-feira 17 a autorização do governo de Vizcarra para que os brasileiros possam regressar. Neste momento, o Itamaraty negocia com empresas aéreas que operam as linhas entre os dois países para retomar vôos suficientes para trazê-los de volta. Mas, diante das dificuldades de acerto com a companhia, a FAB deverá ser mobilizada. O Ministério da Saúde avalia se todos os regressados deverão ser submetidos a quarentena, como foram os brasileiros vindos de Wuhan, o epicentro da epidemia na China.
Recomendações
O Itamaraty apela aos brasileiros nessa situação que sigam as orientações locais. O próprio embaixador Baena Soares, por exemplo, foi parado pela polícia de Lima quando tentava ir ao aeroporto internacional para conversar com os brasileiros que ali acabaram alojados. Explicou aos agentes a situação, mas teve de retornar a sua residência, em cumprimento à regra de emergência que proíbe a circulação de pessoas pelas ruas.
O Itamaraty pede também para que os brasileiros no exterior se identifiquem no consulado mais próximo por via eletrônica. Por causa de regras locais, muitas dessas representações tiveram de fechar as portas e obrigar seus funcionários ao trabalho desde suas casas.