O governo da Venezuela suspendeu nesta terça-feira, 26, as atividades de trabalho e aulas em centros educacionais, após dois blecautes atingirem o país na noite de segunda-feira 25. O apagão ainda persiste na maior parte do território venezuelano.
“O Governo Nacional decidiu a suspensão por 24 horas das atividades trabalhistas e educativas em todo o país”, indicou o ministro de Comunicação Jorge Rodríguez.
Rodríguez acrescentou que o governo faz “desde o mesmo momento dos ataques” todo o esforço “para restituir, o mais breve possível, o serviço elétrico em todo o território nacional”.
A Venezuela permanece sem luz após os dois blecautes que ocorreram nesta segunda. O regime de Nicolás Maduro atribuiu a falha a ataques contra o sistema elétrico.
O último corte de luz aconteceu às 21h50 local (22h50, em Brasília) e ainda continua em todo o país sem que até o momento haja informações oficiais sobre seu alcance.
A capital Caracas e pelo menos 17 dos 23 estados foram afetados, de acordo com usuários nas redes sociais que utilizaram a hashtag”#SinLuz” (“#SemLuz”) para relatar os cortes no Twitter.
Rodríguez indicou na noite da segunda-feira que o corte de fornecimento aconteceu por “um ataque de magnitude no pátio dos transformadores da usina hidrelétrica Guri” que “gerou uma queda da transmissão das linhas muito importantes” que são distribuídas desde a principal usina do país.
A hidrelétrica localizada no estado de Bolívar, sul da Venezuela, gera 80% da energia consumida no país de 30 milhões de habitantes.
O presidente do Parlamento, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de cinquenta países, reagiu responsabilizando o regime de Nicolás Maduro.
“Mentem para não assumir a responsabilidade nesta crise homicida. E, além disso, estão pondo em risco o pouco que resta de pé da infraestrutura elétrica nacional”, escreveu Guaidó no Twitter.
No último dia 7, um blecaute atingiu pelo menos 23 dos 24 estados venezuelanos e durou sete dias. De acordo com o governo, esse apagão também foi provocado por um ataque.
Maduro atribuiu a responsabilidade a “ciberataques” dos Estados Unidos em cumplicidade com a oposição.
A oposição venezuelana afirma que o governo de Maduro é o responsável pelas falhas no sistema e apontou que a inaptidão e a má gestão dos milionários recursos destinados ao setor elétrico são as causas reais destes cortes.
(Com EFE e AFP)